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A escola de nossos filhos precisa debater democracia, bulling, suicídio, depressão, multidiversidade e solidariedade

OPINIÃO DO PROFESSOR MARCO AURÉLIO  

Em 07 de abril de 2011, uma escola pública em Realengo foi invadida por Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos. Wellington matou doze alunos, com idade de 13 a 16 anos, e feriu mais treze. Interceptado por policiais, o assassino cometeu suicídio. Na época, a presidente Dilma Roussef decretou luto nacional de três dias. Segundo levantamentos, Wellington sofria bulling e lia tudo sobre atentados terroristas.

Em Janaúba, Minas Gerais, dia 05 de outubro agora,  Damião Soares dos Santos. 50 anos, funcionario da creche, ateou fogo no proprio corpo  e em crianças da creche, sendo reponsável pela morte de onze crianças até agora, inclusive ele próprio. A professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, também falecida, impediu que a tragédia fosse maior. O atentado feriu 45 pessoas, ao todo.

Em Goiânia, dia 20 de outubro de 2017, um estudante de 14 anos do Colégio Goyases, uma escola particular, atirou em seis colegas de sala. Dois morreram e quatro ficaram feridos. Há informações que ele sofria bulling e era chamado de “fedido” por alguns colegas. Entre os colegas assassinados está seu melhor amigo na escola.  Tudo isso, não justifica o gesto. A arma pertencia aos pais, casal de militares.

Três fatos que se interligam. Todos sabemos. Revelando algo de errado em nossas escolas, que infelizmente não acompanharam as mudanças do mundo contemporâneo. Qual é então o grande problema de nossas escolas?

Para a OMS (Organização Mundial de Saúde) em uma década a Depressão deve ser a doença mais preocupante no mundo. Cresceu 18% entre 2005 e 2015. Mais de 300 milhões de pessoas no mundo. Outra coisa: redes sociais, desafios virtuais e demais brincadeiras perigosas isolacionistas e virtuais colocam o tema violência em destaque nas escolas e na vida.

Para especialistas “Bulling e suicídio levam à depressão. Doença que nos faz parar de enxergar a realidade em nossa volta. Trazendo a violência para as escolas, como temos acompanhado”. O que fazer então?

Primeiro: transformar a escola num espaço de felicidade, solidariedade e amizade. Sem o stress do conteúdo das últimas décadas do século passado, onde não havia espaço para a diversidade.

Segundo: acompanhar o aluno no seu dia a dia, nas suas relações, sem rótulos ou controle autoritário, tão presente nas nossas escolas. Com ações coletivas entre professores, alunos e coordenação.

Terceiro: conjugar alunos, famílias e professores para debater e definir uma nova cultura educacional. Com diálogo, liberdade, debates sobre multidiversidade, gênero, inclusão e exclusão econômica.

Por fim, ter Darcy Ribeiro, Michel Foucault, Paulo Freire e António Nóvoa como exemplos de vida, de democracia e compreensão do mundo.

 

 

Marco Aurélio Rodrigues Freitas é jornalista, historiador, biomédico e professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve todas as semanas no site Planeta Osasco. 

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Marco Aurélio

Marco Aurélio Rodrigues Freitas, Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Crônicas no Planeta Osasco.

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