Mandela e Lula… Lula e Mandela.

No dia 12 de junho, assisti de madrugada na Globo, um filme contando a história da vida de Nelson Mandela, sua prisão por quase 23 anos, bem como toda sua luta para resgatar uma vida digna para os negros da África do Sul. Os filmes bons na Globo e em outros canais de tevê passam de madrugada. Fazer o que? E a vida… Que nós aceitamos???
Lembro e muito bem, quando era pequeno e, sinceramente, não entendia porque o Dr. Barnard fora o primeiro médico a fazer o primeiro transplante de coração no mundo contemporâneo. Pensava comigo, ainda criança, como um país africano pode ser o primeiro a fazer um transplante? Depois de muitos anos, conheci melhor a distância entre a minoria branca e rica em oposição, maioria negra abandonada africana.
Depois de ver o filme, entendi também que havia um fosso entre a minoria branca preconceituosa e discriminadora e a maioria negra neste país sul-africano. O mesmo fosso que Cassius Clay descobriu quando disputou o título mundial com Jorge Foreman. As imagens do filme ALI correndo por vielas e barracos são fortes e muito lindas.
Já na USP, no departamento de História, assinei diversas vezes abaixo-assinados para libertação de Nelson Mandela. Tanto que costumava brincar que Mandela havia sido solto, com a minha ajuda, pois assinei muitos abaixo-assinados pedindo sua libertação. Ah, também assinei um único abaixo-assinado contra o fim da CMTC numa eleição do PT Estadual. Essa, nós perdemos.
E LULA onde entra nisso?
Vendo o filme, não pude deixar de pensar no nosso melhor Presidente. Vi no filme de Mandela, o preconceito branco, que se achavam donos daquele país. No Brasil, essa postura é mais disfarçada e muito mais dissimulada. Tratavam Lula como imperador, mas não viam a hora de se vingarem. Basta à gente ver o processo de julgamento de LULA, cheio de problemas e comandado por um cidadão, que depois virou ministro. Disseram pra mim, que o LULA contava historias para os seus carcereiros e que a cela ficava aberta neste momento. Espetacular isso e a cara do nosso eterno presidente.
Mas mesmo assim, percebemos o nível daqueles que se acham superiores a tudo. Tem uma cena do filme de Mandela, quando ele diz na teve que ele defende e paz e o amor e que por isso não aceita nenhum acordo com a minoria branca. Tem outra cena do filme nacional “O Cortiço”, que eu costumava passar para meus alunos no 3º ano do Ensino Médio Noturno, quando comerciantes colocavam água e banana verde no barril de vinho, para aumentar a quantidade de “vinho” e ninguém perceber a tramoia. Essas, conduzida de uma forma pelos nossos governadores e de outra equivocada pela presidência, faz crescer o assistencialismo, não combatendo preconceitos e separações econômicas, deixando o debate sobre o papel do Estado em segundo plano. Precisamos compreender que o Estado Brasileiro precisa assumir seu papel, como as nações europeias o fazem, pensando no Bem Estar Social, como foi o pós-guerra no mundo. Ah se não fosse o SUS, cuidando de tudo, estaríamos perdidos.