Com cinco mortes em dezembro, São Paulo repete tragédias causadas por chuvas em anos anteriores
Fact-checking | Autentic | DMCA | Report |
A uma semana do início do verão, enchentes, quedas de árvores, desmoronamentos de casas, deslizamentos e deslizamentos de terra e as mortes decorrentes desses desastres voltam a fazer parte do cotidiano dos paulistanos. Somente nas duas primeiras semanas de dezembro, quatro homens e uma mulher perderam a vida nos municípios de Osasco e São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, devido às chuvas.
A falta de ações permanentes das prefeituras e do governo para mitigar as enchentes, segundo o professor do Instituto das Cidades da Universidade Federal de São Paulo, Anderson Kazuo Nakano, é um dos principais fatores que agravam esse cenário. Além disso, a desigualdade socioespacial e a ocupação de várzeas, várzeas e encostas nas cidades contribuem para a repetição desses eventos.
“Infelizmente, neste verão veremos novamente tragédias que podem causar perdas humanas. Não há indícios de que a capital, nem os municípios da região metropolitana, tenham continuado com ações para reduzir e eliminar esses riscos geológicos e hidrológicos”, diz o urbanista.
Para R7, Nakano também explicou que a desigualdade socioespacial vem de diferentes acessos à terra urbana. A população mais rica tem renda para acessar e construir moradias em polos com maiores oportunidades de trabalho. Enquanto isso, as classes populares são obrigadas a buscar alternativas em locais precários e periféricos, que costumam correr riscos de enchentes, alagamentos, deslizamentos de terra, entre outros problemas.
Segundo o tenente Roberto Emílio Farina Filho, porta-voz da Defesa Civil do Estado de São Paulo, as chuvas podem ser mais intensas neste verão e os moradores podem sofrer mais consequências devido ao fenômeno oceânico conhecido como “La Ñina”.
Para evitar possíveis catástrofes, a Operação Chuvas de Verão da Defesa Civil, que começou no dia 1º do mês, monitora 24 horas com base em três fatores principais: meteorologia, números acumulados – que é a quantidade de chuva que cai em um determinado período de tempo – e inspeções presenciais em áreas de risco.
Caso seja constatado algum risco em algum dos 177 municípios que aderiram ao PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil), o órgão emite um alerta à população. As cidades monitoradas estão localizadas na Baixada Santista, no litoral norte, no Vale do Paraíba, no Vale do Ribeira e na Região Metropolitana de São Paulo.
Segundo o tenente Farina, o órgão está mais preparado em relação ao ano passado para enfrentar enchentes e catástrofes, pois recebeu mais investimentos em equipamentos como veículos e botes salva-vidas.
Apesar das melhorias no atendimento à população em áreas de risco, especialistas apontam que são necessárias mais obras estruturais para evitar que o cenário de catástrofe se concretize.
O urbanista Nakano aposta em alternativas sustentáveis para mitigar o impacto das enchentes, como armazenamento de água de chuva, arborização urbana, retenção de água de chuva em lotes e edificações e drenagem de águas pluviais.
Para o professor, as famosas piscinas precisam ser reavaliadas e reformatadas antes de serem apresentadas como soluções. “São obras que muitas vezes causam uma presença negativa nos bairros, pois são grandes bacias de concreto armado, onde se acumulam água suja e estagnada, lixo e vetores transmissores de doenças como o mosquito da dengue”, afirma.
Veja Também Mortes
Em dezembro, duas pessoas morreram em decorrência de deslizamentos de terra e três foram arrastadas por enchentes em São Paulo, segundo relatório da Defesa Civil do Estado.
A primeira morte foi registrada no dia 5 em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Marcos de Araújo Rocha caiu em um córrego e foi levado pela corrente durante uma tempestade. Após dois dias de buscas, ele foi localizado por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
Na quarta-feira (7), um motorista de aplicativo foi encontrado morto em um carro submerso em um córrego, entre as cidades de Osasco e Carapicuíba. A mulher havia desaparecido no dia anterior, quando a região foi atingida por fortes chuvas.
No mesmo dia, outras três pessoas morreram em Osasco. Os bombeiros encontraram o corpo de um homem em um córrego no bairro Rochdalle, e dois jovens, de 27 e 19 anos, morreram após o desabamento de um muro que foi atingido por parte de um barranco na região de São Pedro.
Recomendações
Durante as chuvas intensas, a Defesa Civil recomenda alguns cuidados para a população que mora em áreas de risco:
– Fique atento a possíveis rachaduras nas paredes e barulhos de estalos;
– Verifique se há água barrenta escorrendo pela encosta;
– Evite desmatar morros, pois sem vegetação estão sujeitos a deslizamentos;
– Preste atenção aos sinais de perigo, como árvores, muros ou paredes inclinadas;
– Caso algum sinal confirme, o morador deve sair imediatamente do imóvel e acionar a Defesa Civil pelo telefone 199.
O que diz o governo de São Paulo
Procurado, o governo do estado de São Paulo afirmou que, para ajudar na drenagem urbana e no combate às enchentes na capital e na região metropolitana, realiza medidas complementares às municipais.
Entre eles, o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica) destaca a limpeza e desassoreamento de 27 piscinas e o desassoreamento de 62 quilômetros dos rios Tietê e Pinheiros, além da manutenção de 12 conjuntos de polders na orla do Tietê.
A gestão estadual também destaca a construção do reservatório de Jaboticabal, obra da maior piscina da Grande São Paulo, que ficará no ABC Paulista, além dos reservatórios EU-08 e EU-09, em Franco da Rocha, e o RA-01 – Antonico, em licitação, além de mais duas em Mauá e Santo André, ambas em fase de projeto executivo.
O governo informou o repasse estadual de R$ 2.558.368,16 para projetos de combate a enchentes em nove cidades: Cerquilho, Ipaussu, Itaporanga, Mauá, Riversul, Santa Isabel, São Miguel Arcanjo, Tapiraí e Tremembé. Além disso, as Secretarias de Infraestrutura e Meio Ambiente e Defesa Civil entregaram, desde 2020, 38 mapas de risco para áreas susceptíveis a desastres geológicos.
Por fim, o governo de São Paulo cita o programa Municípios Paulistas Resilientes, em vigor desde junho do ano passado, cujo objetivo é capacitar os municípios para a adoção de medidas preventivas em áreas vulneráveis. Participam do projeto 12 municípios e a Baixada Santista.
—————-
PlanetaOsasco.com – Via observatório CMIO
Conteúdo inspirado ou obtido por RJ983 nesta fonte.
Declaração DMCA para este conteúdo disponível no menu superior.
Conteúdo apontado como verificado e procedente por CMIO.
Disclaimer – (English version>) This content has been prepared based on information from research, additional publications, or the translation/verification work of a volunteer editor of this web council. This is a non-profit service. It is strongly recommended that all details and information published be carefully verified. We never allow medication recommendations, medication package inserts or any medication guidance. We never allow partisan politics as information.
Isenção de responsabilidade – (versão em português): Este conteúdo foi preparado com base em informações de pesquisas, publicações adicionais ou no trabalho de tradução/verificação de um editor voluntário deste conselho web. Este é um serviço sem fins lucrativos. É altamente recomendável que todos os detalhes e informações publicadas sejam verificadas cuidadosamente. Nunca permitimos recomendações de medicamentos, bulas ou qualquer orientação sobre medicamentos. Nunca permitimos a política partidária como base para checagem. Para mais informações, leia nossos termos.
Fact-checking | Autentic | DMCA | Report |