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Wallas Pena tornou-se maestro assistente do ídolo e maestro João Carlos Martins
Foto: Isabela Alves/Agência Mural
“O maestro João Carlos Martins é uma força da natureza, com todo o seu carisma e história de vida. Então, dividir um show com ele não é fácil. O que fiz foi me preparar artisticamente para poder aproveitar a oportunidade”, diz Wallas da Silva Gonçalves Pena, 41 anos, sobre ser o primeiro assistente de regência de um dos mais renomados regentes do Brasil.
Violinista da Bachiana Filarmônica do Sesi (Serviço Social da Indústria) São Paulo desde 2016, em agosto deste ano veio o convite para se tornar o braço direito da pianista.
“Ele conversou com os diretores do Sesi e eles acharam interessante a ideia de um auxiliar, porque ele faz muitos shows. O maestro perguntou se a orquestra tinha recomendações e um colega disse de forma despretensiosa: ‘coloca o Wallas, ele é estudioso e gosta de reger’”, lembra.
A proposta foi feita em um sábado. Na segunda-feira, o violinista já se preparava para reger uma sinfonia completa de Mozart em ensaio fechado para os músicos. Pouco tempo depois, Wallas estreou como regente oficial da temporada.
Seu nome foi escolhido por unanimidade pelos integrantes da Filarmônica e, como em outros momentos de sua vida, Wallas agarrou o sonho. “As pessoas já me respeitavam como artista, mas ser maestro é um símbolo universal de competência e poder”, diz.
Wallas foi o primeiro de sua família a se tornar um músico profissional.
Foto: Isabela Alves/Agência Mural
O começo na música através do samba
Criado no Jardim São Victor, hoje bairro do Veloso, em Osasco, na Grande São Paulo, o primeiro acesso de Wallas à música veio por meio da família e do samba. Aos 10 anos aprendeu a tocar cavaquinho e outros instrumentos de percussão.
A inspiração veio do pai, tios e primos, mas o violinista foi o primeiro da família a se profissionalizar e viver exclusivamente da música. “Éramos uma família simples. Meus pais sempre me deixaram estudar e seguraram as pontas. Eles nunca duvidaram do meu talento.”
Aos 15, teve contato com o violino e se apresentou na igreja do bairro. Mais tarde começou a estudar mais a fundo a viola no Conservatório Musical Villa Lobos, em Osasco. Para se profissionalizar, pediu aulas gratuitas do músico Emerson de Biaggi, referência na área. “Devo muito da minha carreira a ele.”
Para ficar mais próximo das casas de shows, aos 22 anos saiu da periferia e se mudou para o centro de São Paulo. Continuou seus estudos na EMESP (Escola de Música do Estado de São Paulo) Tom Jobim, que na época se chamava ULM (Universidade Livre de Música).
Posteriormente, foi para a Unesp (Universidade Estadual Paulista), mas lá estudou apenas um ano e meio, pois no ano seguinte ganhou uma bolsa de estudos no Festival de Inverno de Campos do Jordão, maior evento de música erudita do Brasil, que premia o aluno que mais se destacou durante a competição.
O prêmio lhe rendeu uma quantia em dinheiro para estudar em qualquer lugar do mundo. “Pensei em ir para a Europa, mas escolhi os Estados Unidos, porque o basquete e os filmes que assistia quando criança ficaram na minha cabeça”, conta ele, que ingressou no Conservatório de Música da Lynn University, na Flórida.
Um momento que o marcou durante a graduação foi quando a instituição organizou um concerto de cordas no Haiti, país caribenho da América Central. “Os alunos nunca tiveram a oportunidade de ver grandes músicos tocarem juntos, e o fato de eu ser negro foi especial para eles, assim como foi para mim”, diz.
De volta ao Brasil, integrou a equipe de instrumentistas da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) como músico convidado, onde permaneceu por quatro anos.
O sonho de Wallas é se tornar um grande maestro brasileiro e tocar em um país africano.
Foto: Isabela Alves/Agência Mural
Wallas também atua como professor no Conservatório de Tatuí, cidade do interior de São Paulo onde reside atualmente, e na EMESP Tom Jobim, por acreditar no poder da música para transformar a vida de crianças e adolescentes.
Autodidata, o músico revela que muitas adversidades em sua vida foram superadas criando na periferia. “Não quero romantizar a dificuldade, mas a imaginação me ajudou a resolver problemas. As soluções criativas surgem porque a gente meio que é treinado desde cedo”, diz.
Seu sonho é se tornar um grande maestro brasileiro, assim como seu ídolo João Carlos Martins. Um dos sonhos de Martins é levar uma jovem orquestra de um país africano para tocar no Carnegie Hall, em Nova York – a mais importante sala de concertos do mundo. Sonho semelhante é compartilhado por Wallas, que pretende jogar em algum país africano em um futuro próximo.
O jovem que atravessou fronteiras, tocou em mais de 20 países e realizou o sonho de ser maestro, destaca que tem orgulho de suas origens e as levará a qualquer lugar do mundo. “Estou feliz por ter resistido e por não ter nenhum tipo de vergonha em relação ao meu passado, à minha cultura e ao meu povo”, conclui.
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