Antecipação de feriados na capital de SP é criticada pelo governador
A decisão do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, de antecipar feriados e criar um mega feriado a partir da próxima semana na cidade foi classificada pelo governador do estado, João Dória, como falta de bom senso. Apesar da crítica de que faltou diálogo, a decisão foi anunciada na presença do secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn.
A medida também gerou preocupação entre os prefeitos da baixada santista, no litoral do estado. O receio é que os dez dias de folga, sem medidas mais duras que impeçam a circulação das pessoas, os moradores da capital aproveitem para viajar. O prefeito de Santos, Rogério Santos, fez um apelo para que as pessoas não façam isso.
Para tentar inibir os deslocamentos, as cidades da baixada santista estão instalando bloqueios nas praias e reforçando a fiscalização para impedir o acesso à areia e calçadões.
O governo do estado também atendeu ao pedido dos prefeitos e suspendeu a chamada operação descida, medida que aumenta o número de faixas de trânsito nas estradas que levam ao litoral.
Já os prefeitos da região metropolitana da capital pediram ao governo para implantar um lockdwon, o chamado bloqueio total. O porta-voz foi o prefeito de Santo André e presidente do consórcio dos municípios do ABC, Paulo Serra.
O índice de ocupação de leitos de UTI da região metropolitana chegou a 91% nessa sexta-feira e várias cidades já não contam mais com leito disponível. Mas quando se fala em lockdwon, o governo do estado empurra de volta, para os municípios, a decisão de adotar medidas mais rigorosas. O vice-governador, Rodrigo Garcia, do Democratas, chegou a dizer que São Paulo já vive algo equivalente a um lockdown.
Só que em regime de lockdown, como os que foram adotados em países da Europa ou mesmo em Araraquara, no interior de São Paulo, as pessoas chegam a ser proibidas de circular pelas ruas sem justificativa.
O prefeito de São Paulo rebateu a crítica do governador. Bruno Covas esteve nessa sexta-feira internado no hospital sírio libanês para uma sessão de quimioterapia. Em nota, ele disse que o que falta é o senso de urgência.
Covas tem repetido que é impossível implantar um lockdown isoladamente, porque a região metropolitana é complexa e as prefeituras não tem condições de fiscalizar a medida apenas com as guardas municipais.