Operação da PF investiga servidores do Ministério da Agricultura
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nesta quinta-feira (19), em Goiás, em uma operação que investiga um servidor do Ministério da Agricultura, acusado de receber propina para não realizar fiscalização.
Doze policiais federais estiveram na casa do servidor investigado, em Goiânia, e em um frigorífico, na cidade de Palmeiras de Goiás. Esse estabelecimento supostamente repassa propina ao servidor para não realizar a inspeção em alimentos de origem animal. Isso gerou uma denúncia encaminhada ao próprio Ministério da Agricultura.
A partir daí, foi apurado que o auditor fiscal emitia os certificados, em datas posteriores à fabricação, a Posteriori, por isso o nome da operação.
Segundo a Polícia Federal, levantamentos patrimoniais apontaram para uma evolução patrimonial supostamente incompatível com os rendimentos do servidor público do órgão.
Entre 2018 e 2019, por exemplo, foi identificada uma série de depósitos mensais, em valores que iam de cinco mil a dez mil reais. Segundo a polícia federal, os valores chegavam à metade do salário de auditor agropecuário do Ministério da Agricultura, na época.
Com as buscas e apreensões desta quinta-feira (19), a polícia federal quer encontrar mais indícios e materiais para continuar as apurações.
Os investigados devem responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As penas podem passar de 10 anos de prisão, caso condenados.
Após a operação da PF, o Ministério da Agricultura informou que o servidor já foi afastado das funções e que o próprio órgão já vinha investigando internamente o caso. A pasta ainda destacou que segue buscando informações junto à PF e “garante à população o funcionamento do sistema de certificação sanitária”.
*Com reportagem de Sayonara Moreno’