Brasileiros retiraram R$ 360 milhões em créditos a receber no mês de abril.

Em abril, os brasileiros retiraram R$ 360 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Banco Central (BC). Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu R$ 10,38 bilhões aos clientes bancários, mas ainda restam R$ 9,74 bilhões disponíveis para saque.

O SVR é um serviço oferecido pelo BC que permite ao cidadão consultar se ele próprio, sua empresa ou uma pessoa falecida possui dinheiro esquecido em bancos, consórcios ou outras instituições financeiras. Se a consulta for positiva, é possível solicitar a devolução dos valores.

Este serviço do BC é completamente gratuito. Para realizar a consulta, não é necessário fazer login; basta informar o CPF e a data de nascimento do cidadão ou o CNPJ e a data de abertura da empresa, incluindo aquelas que já foram encerradas. Para resgatar os valores, no entanto, é necessário ter uma conta Gov.Br, nos níveis prata ou ouro, com a verificação em duas etapas ativada.

O resgate do dinheiro pode ser feito de duas maneiras: primeiro, entrando em contato diretamente com a instituição responsável pelo valor e solicitando o recebimento; segundo, fazendo a solicitação através do Sistema de Valores a Receber.

Para acessar os recursos de pessoas falecidas, é necessário ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Nesse caso, e também para empresas encerradas, o representante pode acessar o SVR com a conta pessoal Gov.br e assinar um termo de responsabilidade para efetuar o resgate dos valores.

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Nova Funcionalidade de Solicitação Automática

No mês passado, o Banco Central lançou uma nova funcionalidade: a solicitação automática de resgate de valores. Com essa opção, o cidadão não precisará consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente a solicitação de cada valor em seu nome.

Se algum recurso for disponibilizado por instituições financeiras, o crédito será feito automaticamente na conta do cidadão. A solicitação automática de resgate é exclusiva para pessoas físicas e disponível apenas para quem possui chave Pix do tipo CPF. A adesão a esse serviço é opcional.

Tipos de recursos que podem ser recuperados através do Sistema de Valores a Receber (SVR):

• Valores em contas-correntes ou poupanças encerradas;
• Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
• Recursos não reclamados de grupos de consórcio encerrados;
• Taxas cobradas indevidamente;
• Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas de forma indevida;
• Contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas;
• Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
• Outros recursos disponíveis para devolução nas instituições financeiras.

Estatísticas do SVR

As estatísticas do SVR são atualizadas com um intervalo de dois meses, refletindo novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro.

Até o final de abril, 30.623.196 correntistas já haviam resgatado valores, sendo 27.854.371 pessoas físicas e 2.768.825 pessoas jurídicas.

Por outro lado, 51.717.336 beneficiários ainda não realizaram o saque. Dentre eles, 47.428.003 são pessoas físicas e 4.289.333, pessoas jurídicas.

A maioria das pessoas e empresas que não realizaram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 correspondem a 63,83% dos beneficiários. Valores entre R$ 10,01 e R$ 100 representam 24,21% dos correntistas, enquanto quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil abrangem 10,11% dos clientes. Apenas 1,85% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Cuidados com Golpes

O Banco Central alerta os correntistas sobre a possibilidade de golpes por estelionatários que alegam intermediar resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são gratuitos, e que não envia links nem faz contato para discutir valores a receber ou confirmar dados pessoais.

O órgão também esclarece que apenas as instituições financeiras mencionadas na consulta do SVR podem contatar o cidadão. O banco recomenda que ninguém forneça senhas e ressalta que ninguém está autorizado a solicitar esse tipo de informação.