Vendas do Tesouro Direto alcançam nível histórico para o mês de maio.

As vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet atingiram um recorde histórico para o mês de maio, impulsionadas pelo vencimento expressivo de títulos atrelados à Selic (taxa básica de juros da economia). De acordo com o Tesouro Nacional, divulgado nesta quinta-feira (26) em Brasília, no último mês, o Tesouro Direto comercializou R$ 6,86 bilhões em títulos.

Esse valor representa uma queda de 3,28% em comparação a abril, quando as vendas totalizaram R$ 7,09 bilhões. Entretanto, é um aumento de 35,03% em relação ao mesmo mês do ano anterior, maio de 2024.

O maior volume de vendas registrado em todos os meses ocorreu em março deste ano, quando foram vendidos R$ 11,69 bilhões.

Juros Básicos

No mês de setembro, os títulos mais buscados pelos investidores foram os atrelados à taxa básica de juros, que representaram 53% das vendas totais. Os papéis indexados à inflação (IPCA) corresponderam a 26,8%, enquanto os títulos prefixados, que possuem a taxa de juros definida na emissão, somaram 11,8% das vendas.

O Tesouro Renda+ – destinado ao financiamento de aposentadorias e lançado no início de 2023 – respondeu por 6,6% das vendas. Já o novo título Tesouro Educa+, criado em agosto de 2023 para ajudar na formação de uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,8% do total vendido.

O crescente interesse por papéis atrelados à taxa Selic é justificado pelo aumento dessa taxa, que foi elevada de 10,5% ao ano até setembro de 2024 para 15% ao ano.

Papéis Atrativos

Com a expectativa de novas elevações na taxa, os títulos permanecem atraentes. Os papéis vinculados à inflação também têm chamado a atenção dos investidores devido à previsão de alta na inflação oficial nos próximos meses.

No final de maio, o estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 176,112 bilhões, um aumento de 3,1% em relação ao mês anterior (R$ 170,86 bilhões) e um crescimento de 26,1% comparado a maio de 2024 (R$ 139,63 bilhões). Esse aumento se deve à correção pelos juros e ao fato de que as vendas superaram os resgates em R$ 3,62 bilhões no último mês.

Investidores

Em relação ao número de investidores, 291.472 novos participantes ingressaram no programa no mês passado, totalizando 32.494.855 investidores. Nos últimos 12 meses, houve um crescimento de 13,4% no número total de investidores. O número de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 3.013.961, um aumento de 15,1% em um ano.

A adesão ao Tesouro Direto por pequenos investidores é evidente, com 79,3% das 823.877 operações de venda em maio correspondendo a vendas de até R$ 5 mil. As aplicações de até R$ 1 mil representaram 56,6% do total. O valor médio de cada operação foi de R$ 8.324,32.

Os investidores têm mostrado preferência por títulos de curto prazo, com vendas de papéis com prazo de até cinco anos representando 41,3% do total. As operações com prazo entre cinco e dez anos corresponderam a 39,7%, enquanto os papéis com mais de dez anos representaram 18,9% das vendas.

O relatório completo do Tesouro Direto pode ser acessado na página do Tesouro Transparente.

Captação de Recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para democratizar o acesso a esse tipo de investimento, permitindo que indivíduos adquiram títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade de intermediários financeiros.

O investidor apenas precisa pagar uma taxa à B3 (Bolsa de Valores), que é descontada nas movimentações dos títulos. Para mais informações, visite o site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das maneiras que o governo utiliza para captar recursos, permitindo que ele honre dívidas e compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional promete devolver o valor investido com um acréscimo que pode variar conforme a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa previamente estabelecida nos títulos prefixados.