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Pressão brasileira leva Google a revisar Política de Transparência de Anúncios

São Paulo (SP) – Atendendo parcialmente a demandas do governo, agências reguladoras e associações civis, o Google anunciou mudanças na sua Política sobre Transparência de Anúncios para o Brasil. Em resposta às críticas recebidas, a empresa revisou o cronograma de implementação em duas fases — a exibição do “nome do pagador” dos anuncios em maio de 2025 e a liberação de sua edição em junho — e passou a adotar um modelo público de aplicação das novas regras.

Ainda não se sabe como vai funcionar na prática o enorme recuo do Google. Fontes consultadas apontaram que foi a junção de vários atores que causou a mudança da plataforma. A empresa de cupertino não vive seus melhores dias. Entenda;

Pressão que provocou a mudança

Governo e agências reguladoras questionaram em encontros os procedimentos, apontando a necessidade de evitar campanhas de desinformação e ambiguidades na identificação de financiadores. Antes, a empresa simplesmente guardava para sí os dados e faturava independentemente do cancelamento da conta. Agora, o acompanhamento externo parece ser possível, mas ainda não confirmado.

Associações destacaram custos sem transparência e riscos de exibição, solicitando uma abordagem que simplifique o processo de verificação. Agora, se de fato implementada, com o uso de IA será possível saber quem são os financiadores de campanhas diversas e em determinadas circunstancias. É, também, um enorme problema novo ao Google: imagine que tais dados poderão ser apresentados em páginas de clickbait e ‘paywall’ de sites de pirataria, permitindo aos anunciantes que exijam devoluções de valores cobrados. Abre-se a possibilidade de um novo mercado: verificadores externos de porcentagem de anúncios perdidos.

Sociedade civil e grupos de mídia independente cobraram e, permanecem cobrando, maior clareza e participação na definição das normas e políticas, argumentos que ganharam eco em ministérios e conselhos. Até aqui, o Google manda e desmanda sobre contas e cancelamentos de contas. Youtubers, publishers, varejistas de menor porte, sempre sofreram com decisões monocráticas e intempestivas do google. Com essas mudanças, ainda insuficientes, haverá mais material para processos judiciais.

Principais recuos anunciados pelo Google

Implementação conjunta das funcionalidades de exibição e edição do nome do pagador dos ads, com divisão em etapas.

Calendário revisado e publicado com data de transição, divulgada no final de abril, permitindo planejamento prévio às empresas.

Simplificação do processo de verificação, com procedimentos adaptados para anunciantes diretos e agências, reduzindo retrabalho. Trata-se de uma decisão polêmica, pois a simplificação também poderá trazer problemas.

Com essas medidas, o Google responde parcialmente às exigências locais, ajustando suas diretrizes globais para atender às especificidades e às necessidades do mercado brasileiro. Embora não seja o suficiente, é um primeiro avanço.

Com o avanço da IA, e com risco de começar a perder relevância nas buscas já em 2025, o Google começa a manobrar esse enorme barco em direção ao diálogo. Abaixo, a nota na íntegra.

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