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Sem proteção social, coronavírus deve atingir mais severamente negros, pobres e indígenas, diz Opas

A Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, tem expressado preocupação com a atenção a populações mais vulneráveis durante a pandemia de Covid-19.
Esta semana, a diretora da organização, Carissa Etienne, destacou, por exemplo, que o distanciamento social deve ser acompanhado de medidas de apoio social para garantir que os mais vulneráveis possam cumprir o isolamento sem riscos graves para seus meios de subsistência.
Sem proteção, o novo coronavírus deve atingir mais severamente negros, pobres e indígenas.
Diretor-adjunto da Opas, o médico brasileiro Jarbas Barbosa disse que é necessário ter um olhar especial e políticas específicas para essas populações.
Jarbas, que é infectologista, participou nessa quinta-feira, de Washington, nos Estados Unidos, de debate online promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a Abrasco.
No caso dos indígenas, a Opas alerta que são populações que vivem em áreas com dificuldade de acesso, estão distantes de serviços de saúde e também enfrentam barreiras econômicas e culturais. Jarbas Barbosa afirma que os planos de repostas dos países precisam levar as políticas públicas a essas populações.
“No caso de algumas comunidades indígenas no Brasil, por exemplo, os próprios hábitos culturais de convivência e habitação podem tornar muito fácil a disseminação de qualquer doença. Nós já tivemos histórico de catapora, sarampo, e seguramente um surto de Covid-19 pode ter uma dispersão muito rápida nessa população”.
O Diretor-adjunto da organização lembrou que a população negra americana foi a mais atingida pelo coronavírus.
“Em Nova York, há mortalidade excessiva entre esse grupo da população comparado com outros. Claro que aí devem concorrer muitos fatores. Em geral, são pessoas mais pobres, com mais dificuldade de acesso a serviços de saúde. A prevalência de diabetes e hipertensão não controladas entre a população negra americana também é maior. Ou seja: exige estratégia especial, que leve em conta aspectos culturais e sociais”.
Jarbas Babosa destaca que a dispersão social da Covid-19 na América Latina começou em pessoas mais ricas – que viajaram em fevereiro para Espanha ou Itália. O médico infectologista expressa preocupação com a entrada da doença em favelas e comunidades mais pobres.
“O que vai ocorrer, por exemplo, na Rocinha, que tem uma incidência de tuberculose que é dez vezes maior que a média da população brasileira. Em condições de adensamento populacional tremendo, tendo um surto de Covid-19, com tatantas pessoas já tem oaglum tipo de dificuldade do sistema respiratório”.
Essas populações que já estão sendo muito afetadas com os impactos social e econômico da doença precisam de ações rápidas e efetivas, como sugere o dirigente as Opas.
“É uma atenção primária que esteja bem organizada, usando tecnologias disponíveis, como celular, para fazer mapeamento de contato. Utilizar equipamento que estão fechados, como colégios, transformá-los rapidamente em espaços de isolamento para que casso leves, que não precisam de hospital, mas precisam de isolamento para não serem ponto de transmissão para sua família e comunidade”.
As desigualdades regionais também precisam de atenção. Para Organização Pan-Americana da Saúde, é preciso garantir que os tratamentos da Covid-19 sejam acessíveis a todos. Jarbas Barbosa destaca que atenção e o apoio internacional devem se voltar a países mais vulneráveis.
“A solidariedade tem nome: garantir acesso equitativo. O Haiti tem quase 2 milhões de habitantes e só tem 35 respiradores. Agora a gente conseguiu mobilizar mais respiradores, mas há 30 dias essa era a realidade do Haiti. Os mais ricos sempre terão mais condições de superar qualquer crise sanitária. Os mais pobres vão sofrer de uma maneira completamente injusta e vão ter uma perda de vidas e custo social tremenda”.
A Opas recomenda ainda que países usem mecanismos regulatórios para garantir uma rede leitos de UTI, inclusive privados para o atendimento da população.

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