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Governo e ONG unem ações para inclusão social pela gastronomia no Rio

A Organização Não Governamental (ONG) Gastromotiva e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (SMAC) firmaram hoje (7) parceria para elaborar ações conjuntas para melhoria da qualidade de vida de comunidades carentes. “Quando a gente fala de gastronomia social, o primeiro papel é sentar à mesa e daí poder ver que tipo de conexão sai”, disse à Agência Brasil o empreendedor social David Hertz, responsável pela Gastromotiva.
A ideia é que a parceria gere cursos na área de gastronomia para pessoas carentes e também que os produtos das hortas comunitárias cariocas abasteçam Reffetório, que fornece jantar diariamente a pessoas em situação de rua.

O empreendedor social David Hertz, fala durante evento na Gastromotiva, no centro do Rio de Janeiro – Tomaz Silva/Agência Brasil

Instalada no Rio de Janeiro durante a Olimpíada de 2016 (Rio 2016) para promover a inclusão social por meio da gastronomia, a ONG foi fundada em 2006 em São Paulo. A organização mantém no Rio de Janeiro o Refettorio Gastromotiva, em parceria com a entidade internacional ‘Food for Soul’, do ‘chef’ Massino Bottura, e está presente também em Curitiba, Cidade do México e El Salvador. 
Por meio de educação e cursos profissionalizantes, a organização já formou e encaminhou para o mercado de trabalho mais de 5.500 jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica e ofereceu educação nutricional a 100 mil pessoas. O Refettorio Gastromotiva evitou o desperdício de 100 mil quilos de comida em perfeito estado de consumo, que foram transformados em 140 mil pratos de comida por ‘chefs’ e cozinheiros e servidos para pessoas em vulnerabilidade social, principalmente moradores de rua.
Com a Secretaria de Meio Ambiente do município, a ideia é “conhecer os programas que cada instituição tem, para pensar em algo juntas”.
Para manter o Reffetorio funcionando, fornecendo jantar diariamente a pessoas em situação de rua e formando cozinheiros, o Gastromotiva depende de doações de alimentos e patrocínio de empresas. O custo mensal para manutenção do espaço alcança R$ 100 mil. “Hoje, o nosso desafio é manter esse lugar aberto. Isto foi feito como legado olímpico e precisamos de parcerias para continuar funcionando”.
Hortas Cariocas

O secretário municipal de Meio Ambiente do Rio, Bernardo Egas, fala durante evento na Gastromotiva, no centro do Rio de Janeiro – Tomaz Silva/Agência Brasil

O secretário municipal do Meio Ambiente, Bernardo Egas, levou David Hertz e o vice-prefeito de Tel-Aviv, Israel, que visita o Brasil esta semana, o carioca Roberto Ladijanski, para conhecer, pela manhã, a mais antiga horta comunitária carioca, iniciada no Morro da Formiga, na Tijuca, em 2008. O Programa Hortas Cariocas tem até agora 47 hortas comunitárias em escolas municipais e comunidades de baixa renda, que deverão totalizar, este ano, 70 toneladas de alimentos produzidas. Metade da produção é doada para a merenda escolar e entidades beneficentes situadas no entorno das hortas. A outra metade o agricultor pode vender para ter renda, além da bolsa-auxílio que recebe da secretaria.
Bernardo Egas salientou que o Gastromotiva “tem o nosso DNA que é, através da gastronomia, trazer dignidade para as pessoas”. A ideia do secretário é criar um convênio por meio do qual parte dos alimentos produzidos nas hortas será doada para o Gastromotiva, enquanto os agricultores poderão visitar a ONG e participar como voluntários, inclusive, de suas ações sociais. Egas pretende ainda oferecer os cursos de capacitação do Gastromotiva nas comunidades onde estão as hortas cariocas.
Meio ambiente

O vice-prefeito de Tel Aviv, Roberto Ladijanski ,fala durante evento na Gastromotiva, no centro do Rio de Janeiro – Tomaz Silva/Agência Brasil

O vice-prefeito de Tel-Aviv, Roberto Ladijanski, revelou que Israel desenvolve também um programa com 47 hortas comunitárias, mas situadas em bairros de classes média e média-alta. O secretário do Meio Ambiente do Rio de Janeiro lembrou que Israel é conhecido no mundo todo pela tecnologia voltada para o meio ambiente e para a agricultura, com irrigação de ponta. “Acho que vamos poder fazer diversas trocas de experiências para melhorar o projeto (das Hortas Cariocas) aqui e levar algumas ideias para lá também”.
O que chamou a atenção do vice-prefeito de Tel-Aviv foi o envolvimento da comunidade no programa carioca, “que está numa situação social baixa. Isso é muito importante para dar para as pessoas não só dinheiro e alimentação, mas dar aquele cargo importante que elas podem fazer para sua comunidade”.
Nascido no Méier, zona norte do Rio de Janeiro, Roberto Ladijanski é, atualmente, o brasileiro com o cargo político mais alto em Israel. Ele retorna ao Rio de Janeiro a cada ano para ver o que está sendo feito na cidade na sua pasta do Meio Ambiente. Disse que há diferenças importantes na administração de uma cidade como o Rio de Janeiro, que tem 6,7 milhões de habitantes, e um país como Israel que tem 9 milhões de pessoas. Segundo ele, é muito importante que, hoje em dia, os políticos e líderes do mundo e das cidades saibam que meio ambiente é qualidade de vida.
Mobilização
“Meio ambiente tem projetos que ajudam as pessoas a serem mais saudáveis. Eu estou vendo isso em muitas cidades do mundo. Está havendo uma mobilização para tornar o meio ambiente mais importante na vida das cidades”. Ladijanski admitiu que esse movimento ainda ocorre em passos lentos no âmbito mundial, mas destacou que o importante é que projetos com essa finalidade estão acontecendo. “O Programa Hortas Cariocas é um deles”, mencionou. O programa do Rio obteve reconhecimento internacional como um dos melhores sistemas de alimentação urbana do mundo.
Na parte da tarde, após almoço vegetariano preparado pelos alunos cozinheiros da ONG Gastromotiva, o secretário Bernardo Egas levou o vice-prefeito de Tel Aviv para visitar o Morro do Cristo Redentor, onde Ladijanski conheceu o programa de reflorestamento que a prefeitura do Rio desenvolve no Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e Urca. Eles discutiram possíveis pontos de cooperação entre as duas cidades nas áreas de turismo, tecnologia, agricultura e meio ambiente.
Edição: Aline Lea

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