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O ano de 2018 pode ser um ano muito parecido com 1969

 

O ano de 2018 pode ser um ano muito parecido com 1969

 

 

 

Opinião do professor MARCO AURÉLIO

 

 

O ano de 2018 pode ser muito parecido com 1969. Apesar de os dois grandes jornais de São Paulo, Estadão e Folha, noticiarem em suas capas do dia 01 de janeiro de 2018 que escândalos nortearão as eleições deste ano. O Estadão escreve que candidatos de direita devem ganhar no México, Colômbia e Brasil. Já a Folha fala em transição política, cita o Chile com a vitória do centro-direitista Sabastián Piñera, e na página 09 cita o editor Mike Reid, para afirmar que a eleição no Brasil tem dois cenários: com LULA e sem LULA.

 

A possível semelhança de 2018 com os anos de Chumbo.

Em 15 de março de 1967, o Marechal Costa e Silva assumia a presidência da República. Doente, seu governo militar durou até 1969, quando assume uma junta militar por dois meses, preparando a posse do General Emilio Garrastazu Médici, que governou o Brasil entre 1969 a 1974.

A partir do Golpe de 1964, os militares editaram 17 Atos Institucionais. O AI-1 suspendia as eleições diretas em todo o país, a partir de abril de 1964. Em 1968, o AI-5 fecha Congresso, Assembleias e Câmaras Municipais, cassa mandatos e suspende o Habeas Corpus para alguns tipos de crimes. Quer dizer: desmonta a democracia brasileira.

Muitos políticos como Juscelino Kubitscheck, João Goulart e Carlos Lacerda, que sonhavam com as eleições gerais, depois dos Atos Institucionais ficaram impedidos de concorrer à Presidência da República em 1969.

Em 2018, a gente tem a impressão que uma história parecida está sendo gestada. O presidente doente pode não terminar o seu mandato e – assim – quem poderá assumir é o presidente da Câmara, do DEM, ex-PDS, sucessor da ARENA, partido de sustentação da Ditadura Militar.

Em 2018 é possível que tenhamos eleições gerais. As grandes lideranças modernas e progressistas são: LULA, CIRO GOMES, MARINA e alguém do PSOL. Outras com menor potencial eleitoral e conservadoras são: Alckmin, Bolsonaro, Álvaro Dias, alguém do DEM e algum outsider.

Em 1969, Carlos Lacerda, JK e JG criaram a famosa Frente Ampla. Achavam eles que era uma forma de derrotar a Ditadura. O movimento cresceu tanto que foi proscrito por uma portaria. Lacerda cassado por 10 anos pelo AI-5, bem como JK e JG.

 

Quem o Brasil quer hoje?

 

Lula em Nova Iguaçu, Caravana pelo Brasil chega ao Rio de Janeiro.

 

 

O Brasil todo quer LULA novamente, norte, sul, leste e oeste. LULA vence todos em todas as pesquisas de opinião. Infelizmente, justiça e mídia se uniram para impedir a eleição de LULA e articular alguém do mercado. Esquecem que em 2003, o país seguindo a cartilha do FMI não ia nada bem e foi o governo do petista que manteve conquistas da Constituição de 1988, ampliou o superávit fiscal para 4,5%, tranquilizou o mercado e incluiu uma população excluída desde o Brasil Colônia. Com isso, a economia cresceu muito. LULA resgatou muita gente que vivia abaixo da linha da pobreza. Aumentou o salário mínimo; melhorou o SUS; ampliou o acesso à educação, com programas de cotas, de financiamento educativo e o salário nacional para professores; além de criar o Bolsa Família e Minha Casa Minha vida.

O Brasil vive um retrocesso enorme na vida social e na política. Elio Gaspari, em seu livro A DITADURA DERROTADA, VOLUME 3, editora Intrínseca, conta que em 1973, os militares estavam preocupados com o fim dos dez anos de cassação pelo AI-5. As eleições diretas foram sendo postergadas, pois os generais não queriam a democracia de volta. Assim, deram um jeito e não houve eleições gerais, que só ocorreram em 1989.

Faltam apenas 22 dias para o providencial julgamento de Lula em Porto Alegre. Como diz Paulo Henrique Amorim, no Paraná a justiça segue uma cartilha previsível e combinada com os que lutaram a favor da Ditadura Militar. FHC diz para a plateia que quer derrotar LULA nas urnas, mas nos bastidores sonha com a sua condenação no TRF-4 dia 24 de janeiro, sabe que eleger Alckmin é muito difícil.

 

Marco Aurélio Rodrigues Freitas é jornalista, biomédico, historiador e professor das redes municipal de estadual de São Paulo. Escreve todas as semanas no site Planeta Osasco.

 

 

 

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Marco Aurélio

Marco Aurélio Rodrigues Freitas, Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Crônicas no Planeta Osasco.

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