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A vida da gente sempre nos traz coisas inesperadas

A vida da gente sempre nos traz coisas inesperadas

 

 

Opinião: professor MARCO AURÉLIO

 

A vida da gente sempre nos traz coisas inesperadas. Esse é o sentido dela. Nos trazer coisas boas e não muito boas. É assim, quando escolhemos uma profissão. É assim, quando fazemos amigos e amores. É assim, quando temos nossos filhos, mesmo quando eles não ficam com a gente muito tempo.

Foi assim na Ditadura Militar, o povo brasileiro achava que colocar os militares no poder, poderia arrumar o Brasil, retirando João Goulart da presidência e colocando em seu lugar um Marechal, independente e livre. Ledo engano, os militares criaram aos Atos Institucionais (que foram 17 ao todo).

Na faculdade eu perguntava para um professor: os AI estão acima ou abaixo do nossa Constituição? E ele respondia: nem acima, nem abaixo, mas ao lado. Eu não aceitava a resposta e ele mudava de assunto. Depois de muitos anos, entendi seu silêncio. Medo e instinto de sobrevivência.

A DITADURA NÃO GOSTAVA DE ELEIÇÕES DIRETAS

Eu não queria falar ou escrever sobre política, mas por força de minhas profissões, encontrei uma revista Isto É de fevereiro de 1984, que relata a reação do governo João Figueiredo contra o Movimento das Diretas. Há uma foto emblemática com personagens tipo Aureliano Chaves, Marco Maciel (vice de FHC), Andreazza, Maluf e, claro, João Figueiredo na cabeceira da mesa. Nessa reunião, Figueiredo adverte a todos que os militares querem derrotar a emenda de Dante de Oliveira pró-diretas no Congresso e acabar com a campanha nas ruas.

 

Meus alunos me perguntam: professor, existiu mesmo a Ditadura Militar no Brasil? Esse filme Batismo de Sangue é de verdade? Quando eu respondo que sim, eles fazem cara de “VIXI”. Acho que erramos muito, ao não aprofundar o debate em nossas escolas, sobre a Ditadura. Achávamos que a democracia vivida por nós, se encarregaria de sepultar uma época tão difícil de lembrar e tão aparentemente necessária de ser esquecida. Os europeus fazem questão de manter viva a cruel imagem do fascismo e do nazismo. Entendo assim, que isso faz com que a direita e extrema direita não consigam ganhar eleições, como a que levou Hitler ao poder na Alemanha, antes da 2ª Guerra Mundial, mesmo com a debate preconceituoso sobre os refugiados que chegam à Europa.

HADDAD, UM POLÍTICO EM SINTONIA COM O NOSSO TEMPO

No Brasil vivemos momentos muito estranhos e inesperados. O candidato dos conservadores divulga na tevê que os democratas se articularam para manter tudo igual. E afirma que, por ser livre e independente, vai trazer o Brasil de volta para os brasileiros. Parece tentar legitimar a opção pelos militares através do voto.

Por outro lado, o candidato da democracia parece um militante das Diretas Já. Sabe que os poderosos se juntaram para evitar sua vitória, como fez Figueiredo ao querer minar o Movimento das Diretas Já, a partir do projeto de lei do deputado Dante de Oliveira. Fala das conquistas que vieram depois de 1988, com a Constituição Cidadã de Ulisses Guimaraes e parece não ser ouvido pelo povo, que mesmo excluído pelo governo Temer, parece não se importar com os novos debates no Brasil, tipo acabar com a fome (é só lembrar do Betinho, irmão do Henfil), desarmar a população, criar as cotas no ensino público, vencer o desemprego endêmico que nossa elite finge não saber porque existe, defender direitos civis e trabalhistas, defender a aposentadoria de todos, incluir negros, índios, mulheres, jovens e o meio ambiente na pauta do governo.

A vida é assim, amar e vencer lutas todos os dias. Sobreviver todos os dias. Defender a democracia todos os dias e sonhar com um país sempre melhor e mais justo para todos, todos os dias.

Comício pelas Diretas Já…

 

Marco Aurélio Rodrigues Freitas é Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve suas crônicas todas as semanas no Planeta Osasco.

 

 

 

 

 

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Marco Aurélio Rodrigues Freitas, Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Crônicas no Planeta Osasco.

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