Senado aprova mensagem de apelo internacional por vacinas contra Covid
Senadores aprovaram, nessa terça-feira (23), moção de apelo internacional que será enviada à Organização Mundial da Saúde (OMS), em que o Senado pede ajuda urgente para aquisição de vacinas para os brasileiros.
A moção tem como objetivo informar oficialmente sobre a gravidade da pandemia de Covid-19 no Brasil e apelar à comunidade internacional.
O documento é destinado também aos países produtores e com estoques excedentes, e pede priorização na distribuição das vacinas e insumos para o Brasil, de forma a conter o avanço da pandemia.
A proposta é de autoria da senadora Kátia Abreu, do PP, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que defende todos os esforços para aquisição de mais doses.
O apelo será enviado ainda aos governos dos países do G-20, Organização das Nações Unidas (ONU), Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Parlamento Europeu, Parlamento do Reino Unido, Congresso dos Estados Unidos, Assembleia Popular Nacional da China, postos diplomáticos brasileiros no exterior e representações diplomáticas estrangeiras no Brasil.
Só nessa terça-feira, houve o registro da morte de mais de 3,2 mil pessoas em decorrência da doença em 24 horas no Brasil. A pandemia já matou 298.676 pessoas no país.
Também nessa terça, senadores convocaram uma audiência pública para discutir com os laboratórios a situação da entrega de doses da vacina. Foram ouvidos diretores da Pfizer, da Janssen, da Bharat Biotec, da Precisa e da Fiocruz. Os senadores ficaram preocupados com o que ouviram, já que boa parte das vacinas encomendadas pelo governo brasileiro não deve chegar no primeiro semestre.
Emanuele Medrades, representante da Covaxin, vacina fabricada na Índia, informou que o Brasil vai ser o país que mais vai receber doses do imunizante. Segundo a diretora técnica, a expectativa é que ainda no final deste mês ou em abril sejam trazidas as primeiras 8 milhões de doses deste imunizante para o país.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, questionou a representante e pediu um calendário atualizado, já que a previsão era que as 8 milhões fossem entregues no início de março. Medrades garantiu que a fabricante vai fornecer um calendário atualizado das entregas das vacinas.
Já a Janssen afirmou que não há data para a entrega das 38 milhões de doses do imunizante da farmacêutica. O laboratório afirmou que o contrato prevê apenas a entrega até o final do ano, sem uma data específica.
A Fiocruz justificou a demora da chegada de lotes do Ingrediente Farmacêutico Ativo e outros fatores técnicos para entrega das doses da aztraZenca, mas manteve a estimativa de que cerca 100 milhões de doses da vacina serão fabricadas até julho.