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Penitenciária de RR tem epidemia de doença desconhecida que provoca feridas graves na pele

24 detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo estão internados no Hospital Regional de Roraima com feridas na pele e muita coceira.
A Defensoria Pública do Estado e a OAB Roraima realizaram uma visita ao presídio na última sexta-feira, após terem acesso a fotos de detentos com feridas expostas em todo o corpo.
Januário Lacerda é defensor e acompanhou a visita. Segundo ele, a doença desconhecida é uma epidemia causada pela falta de condições de higiene no local, falta de kits de higiene pessoal e total descaso de autoridades em relação aos detentos.
“É questão de desumanidade. Estamos inclusive com uma possibilidade de representação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos pela negligência do Estado, a negligência pessoal do governador em tratar essa situação da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo”.
Segundo Lacerda, o departamento de saúde responsável por investigar a possível causa da doença não está funcionando, e ainda não se tem notícia se algum material foi enviado para outro estado, a fim de descobrir o que está causando a epidemia.
A Penitenciária tem capacidade para 400 presos, mas atualmente conta com mais de 2 mil detentos. Segundo Januário Lacerda, antes da intervenção no sistema prisional do estado, os detentos recebiam roupas limpas de parentes, que também levavam as roupas sujas para serem lavadas em casa. Mas, após a intervenção, isso foi proibido. A maioria dos presos tem apenas uma muda de roupa, por vezes apenas uma bermuda, que, ao ser lavada, seca no próprio corpo.
Ainda segundo relatos do defensor, grande parte dos presidiários não tem colchão e dorme no chão.
O detento Diego Araújo foi preso há quatro meses por tráfico de drogas, e é réu primário. Ele é um dos atingidos pela doença misteriosa. Ele está internado no Hospital Geral de Roraima e quase perdeu a mão. A irmã de Diego, Suelen Araújo, conta que partes do corpo do irmão estavam apodrecendo. Ela luta para que Diego pague o restante da pena em casa.
“Cheguei a ver a hora de meu irmão ser comido vivo, vendo aquela situação. Ele errou, tudo bem, mas ele não pode pagar de uma maneira mais civilizada? Ele tem que pagar com esse sofrimento? Eu estou litando para tirar ele, para cumprir o resto da pena dele em casa”.
A Comissão Internacional de Direitos Humanos se manifestou sobre a situação no Twitter. O organismo pede que o Estado brasileiro assegure com urgência o acesso dessas pessoas afetadas a tratamento de saúde especializado, além de adotar medidas para solucionar problemas estruturais da penitenciária que facilitam a propagação das enfermidades.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que os pacientes estão sendo medicados com antibióticos para minimizar as dores e reforço vitamínico. Também informou que vai apurar as causas das enfermidades relatadas.
A situação motivou o Ministério Público de Roraima e pedir na Justiça a interdição parcial da unidade prisional na manhã desta segunda-feira. Caso seja deferido o pedido para interdição, o MP requer que os novos detentos a ingressarem no sistema prisional sejam remetidos à Cadeia Pública de Boa Vista.
Os promotores também pediram a intimação pessoal dos titulares da Secretaria de Justiça e Cidadania e da Secretaria de Saúde do Estado para que apresentem, em 24 horas, um plano de emergência para o isolamento e tratamento dos presos infectados.

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