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São Paulo prorroga quarentena até 22 de abril; pesquisa aponta efeitos positivos do isolamento

O governo de São Paulo prorrogou por mais 15 dias a quarentena no estado para reduzir a expansão dos casos de coronavírus. A quarentena estava prevista para terminar nessa terça-feira. Agora, segue até o dia 22 de abril.
Para anunciar a decisão, o governador do estado, João Dória, se cercou de vários médicos de renome que defenderam a medida.
Entre eles, o coordenador do Centro de Contingenciamento para Coronavírus, David Uip. O infectologista estava afastado porque contraiu a doença e, depois de curado, retomou as atividades nessa segunda-feira
“Eu quero dizer que foi um sentimento muito angustiante. Você ir dormir não sabendo como ia acordar. Felizmente Deus me ajudou e eu venci a quarentena. Também quero dizer que não é fácil ficar isolado, é de extremo sofrimento, mas é absolutamente fundamental. Eu tive que me reinventar, criar um David novo. Seguramente mais humilde, sabendo os limites da vida”.
Para ele, além de reduzir o número de casos, as medidas de isolamento também dão tempo para que os serviços de saúde sejam estruturados.
“Quem vai sair vivo são os indivíduos que estiverem sendo atendidos em estruturas hospitalares arrumadas, protocoladas, bem equipadas e com equipes médicas bem estruturadas. Isso é claríssimo em todos os doentes que estou vendo. Além de outras vantagens, [o isolamento] está possibilitando que hospitais públicos e privados se reorganizem. Que indivíduos como eu, que ficaram adoecidos, voltem para a frente de trabalho”.
Já o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apresentou estudos epidemiológicos para mostrar os efeitos do isolamento. Segundo ele, sem a quarentena, o estado de São Paulo registraria 150 mil casos de coronavírus no próximo dia 13 e, hoje, os 12 mil leitos de UTI disponíveis já seriam insuficientes.
“Se não houvesse sido tomada nenhuma medida, nesse momento estaríamos necessitando de mais 3.742 leitos de UTI. Daqui mais 30 dias, 16 mil leitos. 60 dias, 18 mil leitos. Ou seja, no sistema estaria absolutamente incapacitado de atender todos os pacientes”.
Segundo ele, para ter efeito, é preciso que 70% da população restrinja seus movimentos. Mas a adesão à quarentena, que já foi de 69% no começo, hoje está restrita a pouco mais da metade das pessoas, cerca de 56%. O monitoramento da mobilidade em São Paulo está sendo feito pelos telefones celulares.
O governador João Dória não descartou a possibilidade de usar a força policial para tirar as pessoas da rua.
“Eu tenho a convicção de que as pessoas saberão seguir essa orientação. Até porque, se não o fizerem, a segunda etapa será de medidas coercitivas, podendo penalizar as pessoas com as penas previstas em lei, que vão, inclusive, à prisão”.
A família do governador voltou a receber ameaças de mortes de pessoas que não concordam com as medidas de distanciamento social e pedem a reabertura do comércio. A esposa e os filhos do governador foram tirados da cidade como medida de proteção.
Nessa segunda-feira, foram confirmadas 29 novas mortes por coronavírus no estado de São Paulo. Com isso, chegou a 304 o número de vítimas doCovid-19. Até agora, foram confirmados 4.861 casos da doença em pelo menos 107 municípios.

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