Senado debate impactos da pandemia na indústria farmacêutica
O aumento no custo de insumos, que encareceu o preço dos remédios, e a procura acelerada por medicamentos com a pandemia de covid-19, obrigou a indústria farmacêutica brasileira a se adaptar para ampliar rapidamente a produção. O assunto foi debatido em reunião da Comissão Técnica da Covid, no Senado, nesta sexta-feira (28)
De acordo com Walker Lahmann, diretor de Relações Institucionais do laboratório Eurofarma, a empresa teve que multiplicar a produção de medicamentos para atender a demanda das UTIs nesse período da covid 19. Ele disse que em 2019 eram produzidos 300 mil frascos por ano do medicamento para intubação e somente até maio deste ano já foram produzidos 3 milhões de frascos do remédio.
Ele acrescentou que os insumos para a fabricação de medicamentos utilizados nas UTIs vêm da China e da Índia, e o frete por navio aumentou dez vezes nesse período o que eleva também o preço das medicações.
O presidente do Sindusfarma, que representa a indústria farmacêutica, Nelson Mussolini, afirmou que o preço dos insumos e a dificuldade de consegui-los impede que as indústrias de remédios consigam estocar os produtos.
Também foi discutido na audiência o uso da oxigenação fora do corpo, através do ECMO, que filtra o sangue em aparelhos fora do organismo, e a possível inclusão desse tratamento pelo SUS, o Sistema Único de Saúde. Os especialistas ressaltaram que apenas 1% dos pacientes com covid entubados precisam passar por esse procedimento.
A Coordenadora-Geral de Gestão de Tecnologias da Saúde, Priscila Louly, ressaltou que é preciso avaliar se o SUS conseguiria disponibilizar esse tratamento, que seria destinado a poucos pacientes ao custo de R$ 28 mil por dia, por paciente.