Deu errado! Mudanças no trânsito bloqueiam centro
As mudanças realizadas no centro de Osasco provocaram enormes congestionamentos em horários incomuns. Na hora do almoço, ontem, sexta-feira, dirigimos pelo centro da cidade para confirmar aquilo que já sabíamos: nosso centro está travado.
Saímos do estacionamento da Prefeitura (ao lado da Ponte Metálica) sentido calçadão, com o objetivo de passar no Largo de Osasco e depois chegar no Super Shopping, um trajeto que sempre foi bastante rápido, tendo como ‘inimigos‘ tradicionais apenas os faróis.
Mas encontramos um cenário bem diferente. Logo na saída, nos arredores da Ponte Metálica, o trânsito estava bloqueado, travado. Foram vários minutos para conseguir dar a volta na prefeitura. Depois, mais vários minutos para conseguir acessar a Primitiva Vianco.
O motivo? Foi justamente nessa via, a Primitiva, que nos deparamos com o primeiro cenário de caos: Pessoas amontoadas nos pontos de ônibus (pois os coletivos não conseguiam sair do lugar, enfileirados na faixa exclusiva, sem conseguir se mover). As faixas para os carros estavam travadas, com veículos amontoados igual no cenário de final de ano.
Mas um ponto nos chamou a atenção: mesmo com as enormes filas, nos lugares onde os carros conseguiam avançar lentamente, um efeito rebote acontece: pedestres agora precisam esperar muito para conseguir atravessar na faixa de pedestres, pois os semáforos priorizam quase exclusivamente o trânsito de veículos. Isso aumenta enormemente o risco de atropelamentos.
Comerciantes das ruas que tiveram o tráfego invertido também lamentam as mudanças: o faturamento de alguns caiu mais de 50%.
A construção da nova ponte, feita pela CCR e não pela prefeitura, criou um dilema nos gestores do trânsito da cidade: ou eles voltam todas as mudanças e deixam claro que a ponte foi construída sem o devido planejamento, ou mantém as mudanças das faixas e passam o caos para o centro.
As prioridades da cidade deveriam ter sido a construção de uma nova ligação da zona norte com o centro (atualmente tem apenas duas, sempre saturadas), e não trazer fluxo novo para locais que ainda não possuem infraestrutura para isso.
Vai impactar nas eleições: a prefeitura tomou um risco desnecessário promovendo essas mudanças: permitiu que uma nova agenda tomasse conta da cidade, onde a percepção dos moradores recai sobre um ponto negativo e não mais nos anúncios positivos feitos pelo prefeito.
Essa nova agenda (no sentido da temática política em voga, e não de calendário) pode levar ao imponderável. E é justamente -apenas- o imponderável que pode tirar Gerson Pessoa do caminho da vitória. Permitindo que os demais candidatos iniciem uma campanha de verdade.
Uma das razões desse enorme erro político de Rogério Lins -sem nenhuma dúvida- foi causada pela sua secretaria de comunicação. Sugestionaram a versão que a ponte foi construída pela prefeitura e não uma contrapartida da CCR, então agora o filho é do prefeito.
Numa cidade de classe média (e Osasco é), caso a temática da cidade recaia sobre infraestrutura, vai ficar claro que o prefeito em 2025 precisa ter experiências que um novato não teria. A percepção de grande parte da população pode mudar por causa dessa obra, e a comunicação do prefeito ainda não se deu conta disso.
Há cerca de 1 mês, a agenda de Lins começou a dar sinais de desgaste. Num único final de semana, dois bairros importantes tiveram casos impactantes de violência à luz do dia, com o boca-a-boca sendo mais relevante que as redes sociais (fato novo em muito tempo), impactando de forma não mensurada a sensação de insegurança dos munícipes.
Com a crise do trânsito, novamente a realidade parece sobressair ao Instagram. Não é possível ainda mensurar o tamanho desse desgaste, mas Lins e Gerson devem confiar menos nos relatórios de sua comunicação e mais em cobrar alguma solução de seu corpo político e técnico.
Colocar amigos em posição de decisão as vezes cobra um preço alto. Está na hora do prefeito cobrar de volta.