O primeiro indígena contaminado pelo novo coronavírus em Roraima é um adolescente da etnia Yanomami, de 15 anos. Ele foi internado no Hospital Geral do estado, em Boa Vista, na última sexta-feira. A informação foi confirmada pela Agência Brasil com a Secretaria de Saúde do Estado.
O jovem indígena apresentava Síndrome Respiratória Aguda Grave e teve a Covid-19 confirmada após testes. Roraima tem 49 casos confirmados e uma morte por coronavírus.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o ministério está promovendo o isolamento de indígenas, apesar das barreiras culturais.
“Nós temos procurado fazer isolamento, mesmo com toda dificuldade de cultura, de língua, mas sabedores do histórico de maus resultados quando os indígenas são afetados por vírus vindo de outras parte que não aqueles do seu ecossistema. Há muito tempo, já está fechada a entrada de pessoas nas aldeias, mas infelizmente as pessoas da própria aldeia, às vezes indígenas, não querem ficar em isolamento fora e vão pra dentro da aldeia”.
O Ministério da Saúde informou, em nota, que ainda não foi notificado sobre o caso pelo Hospital Geral de Roraima.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, informa que existem seis casos confirmados de coronavírus em indígenas atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, e nenhum óbito registrado, além de 21 casos suspeitos e 27 descartados.
A Funai afirmou que a saúde indígena compete ao Ministério da Saúde e ao SUS, mas que realiza um trabalho de conscientização junto aos povos indígenas sobre o coronavírus e acompanha as atividades dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
A Funai acrescenta que pessoas estranhas à comunidade não devem permanecer em áreas indígenas, sobretudo neste momento em que se faz necessário o isolamento social. O órgão disse que está articulando ações de monitoramento e proteção territorial nas áreas pertencentes aos povos tradicionais para evitar a entrada de não indígenas nesses locais.
Sobre os quatro indígenas Kokama contaminados no município de Santo Antônio do Içá, no Amazonas, a Funai disse que estão sendo assistidos pelos profissionais de saúde indígena.
A Funai ainda afirmou que está distribuindo equipamentos de proteção para servidores do órgão que estão prestando assistência aos povos. A Fundação recebeu, nesta semana, R$ 10 milhões para a compra emergencial de alimentos e aquisição de veículos e embarcações para deslocamento dos indígenas até as unidades de saúde.
