Opinião – Por Marco Aurélio Freitas – Dia 25 de janeiro, São Paulo fez 463 anos. Dia 19 de fevereiro, Osasco faz 55 anos de vida. As duas cidades são espaços da diversidade. São Paulo cresceu com imigrantes estrangeiros e famílias brasileiras. Osasco cresceu, desde que era um bairro de São Paulo, com imigrantes estrangeiros e migrantes brasileiros.
Na minha opinião, as duas cidades têm problemas parecidos. Cresceram, enriqueceram, mas não conseguiram reduzir suas misérias e melhorar a vida daqueles que construíram suas cidades. São Paulo é dinâmica, tem uma fantástica vida cultural e noturna e uma economia que se modifica em sintonia com o mundo.
Osasco é muito menor, mas hoje também tem sua vida noturna e cultural, com bares, restaurantes e muitos grupos artísticos, basta a gente passear um pouco pela nossa Vila Madalena (Jardim das Flores e Km 18). Osasco mudou seu perfil econômico, tem três grandes shoppings, um forte comércio e agora caminha para as atividades ligadas à informática, sem deixar seus passos iniciais com um bom parque industrial.
Osasco tem uma das maiores densidades demográficas do país. São quase 10 mil e 300 pessoas por km2. Pelo índice Gini, do estatístico italiano Conrrado Gini, que mede a concentração e a desigualdade econômica entre zero e um (quanto mais próximo de zero mais igual e quanto mais próximo de um mais desigual), Osasco e São Paulo, cresceram e mudaram seu perfil; mas assim como o Brasil, não conseguiram modificar suas concentrações de renda, como deveriam.
O Gini de São Paulo é 28,09 e o de Osasco é 38,75. Em termos de população, São Paulo tem mais de 3 milhões e 370 mil habitantes e Osasco mais de 217 mil pessoas classificadas como pobres (fonte: IBGE). Esses índices de pobreza são fundamentais para que cada cidade desenvolva políticas públicas de combate à pobreza. Conclusão, todo governo sério deve priorizar o combate à pobreza e aos benefícios que essa população precisa.
Para termos uma ideia da nossa pobreza regional, vejamos o Gini das principais cidades da região: Barueri 45,46; Carapicuíba, 46,74; Jandira, 50,81; Itapevi, 61,86. No chamado OBC (Osasco, Barueri e Carapicuíba), Osasco tem uma população menos pobre, já Barueri e Carapicuíba estão praticamente empatadas, em termos de desigualdade.
Ao Osasco completar 55 anos, como morador, quero uma cidade com um povo menos pobre. Uma cidade que valorize a diversidade, as novas concepções de gênero e que foque seu desenvolvimento na sustentabilidade, na qualidade do meio ambiente e numa educação pública para todos de verdade.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é jornalista, historiador e professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve todas as semanas no site Planeta Osasco.