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Olimpíadas no Brasil. As lições que tiramos…

Na imagem, Rafaela Silva, ouro no judô em 2016.
 
Estamos entrando na segunda semana olímpica no Brasil. São muitas competições em todos os tipos de esporte. São muitas alegrias e muita tensão para quem vê tudo pela tevê e – claro – para quem participa, como atleta e como público, lá no Rio.

Falava para meus alunos esta semana, que o Rio tem um quê de Grécia antiga. Tem um território montanhoso como o dos gregos na Península Balcânica. A Grécia, por conta do terreno montanhoso, isolava suas cidades, dando origem às cidade-estados e às famosas pólis.  O Rio, por conta de um relevo lindíssimo, envolto por montanhas, florestas, mar, baías e lagoas, tem nos seus morros uma população excluída, mas que alimenta uma cultura de diversidades de sons, costumes e transgressão ao que chamamos de status quo. Embora, hoje, a comunicação pela internet mude tudo, aproxime online as pessoas com o planeta.

Por tudo isso, entendi Fernando Meireles e sua equipe, ao trazer a diversidade para dentro da abertura da Olimpíada no Rio. Abertura que mostrou o Brasil dos brasileiros para o mundo, com diversidade, meio ambiente, samba, hip hop, Paulinho da Viola, Santos Dumont, Carlos Drummond, Zeca Pagodinho, Caetano e Gil e tantos outros brasileiros com muita arte.   Além das músicas: Construção do Chico, Aquele Abraço do Gil, Pais Tropical do Jorge Bem, Garota de Ipanema e Samba do Avião de Tom Jobim, Sandália de Prata de João Gilberto e Isto Aqui o Que é de Ary Barroso.

Desculpem se esqueci alguma canção, mas não posso esquecer da cena com o sambista Wilson das Neves e o passista Thawan Lucas que reverenciaram os sambistas históricos da Música Popular Brasileira.
 
Para mim, as Olimpíadas de 2016 no Brasil, nos trazem lições de vida, tiradas do espírito olímpico.
 
Primeira lição: acreditar na diversidade. O mundo é diverso, por isso a Olimpíada é diversa, com mais de uma centena de países e milhares de atletas de todas as partes do planeta. Aqui, precisamos respeitar cada vez mais a diversidade, na luta por igualdade, democracia e transformação do Brasil.

Segunda lição: não confundir adversário como inimigo. Na vida, o jogo nunca acaba, por isso, todo mundo precisa se unir em defesa de um pais mais justo, com melhor distribuição de renda e serviços públicos de qualidade para todos.

Terceira lição: aceitar a derrota e curtir a vitória, como um processo de vida. A derrota é consequência de quem entra para jogar. A vitória também. Na vida, as duas caminham juntas e trocam de lugar alternadamente. Viver cada uma delas com intensidade é tudo de bom, com foco –obviamente – na vitória da cidadania.

Quarta lição: derrubar muros.  Quando vemos tanta gente junto, falando muitas línguas e se apresentando para disputar medalhas, nos perguntamos: por que o mundo também, não é assim? Derrubar muros, desatar nós, bordar toalhas, mesmo entendendo que somos divididos em classes sociais. O melhor exemplo para esta lição é o da judoca Rafaela Silva, criança excluída da Cidade de Deus, judoca medalha de ouro do Brasil hoje.  

Quinta lição: sonhar muito. Na Olimpíada, os atletas sonham com vitorias e medalhas, mas entendem quando perdem para atletas que são melhores, mais qualificados. Basta vermos o sucesso de Diego e Arthur com prata e bronze na ginástica. Na vida, o povo sonha com vitorias e medalhas, e não entende quando espera por políticas públicas para todos. Por isso, sonham sonhar muito com um país melhor.

Sexta lição: superação.  Todo dia, vemos nas transmissões de tevê pessoas que se superam e chegam à conquista de uma medalha olímpica. A última foi a judoca Majlinda Kelmendi de Kosovo, que mesmo vinda de um país saído de uma guerra e em formação, venceu e chorou de alegria, ao conquistar sua medalha de ouro no tatame.
 
Felizmente, a nossa cidade já entendeu as lições olímpicas
 
Osasco vem entendendo essas lições. Principalmente nos últimos anos. É diversa, ouve e dá espaço aos movimentos populares, de gênero, de cultura, de jovens e de luta por cidadania.

Não confunde o adversário como inimigo, trata todos como iguais, entendendo as particularidades de cada um, de cada grupo que procura o governo para dialogar.

Aceita a derrota e curte a vitória, pois sabe que as conquistas por um mundo melhor devem ser passo a passo e dependem da continuidade do caminho construído.

Derruba muros, para reduzir ao máximo contradições e diferenças sociais; a entrega de mais de 20 mil escrituras para moradores é um exemplo, pois já beneficiou quase cem mil famílias do município.

Sonha muito com uma cidade cada vez melhor, com mais mobilidade, melhor infraestrutura e qualidade em todos os serviços públicos, com novas políticas públicas.

Tem superação para vencer diferenças, entender a vocação de cada região e olhar a educação como o melhor lugar do mundo para agregar todas as crianças da nossa cidade.
 
MARCO AURÉLIO RODRIGUES FREITAS é Jornalista, Professor e Historiador. Escreve suas crônicas todas as semanas no PlanetaOsasco.com
 

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