Opinião: professor MARCO AURÉLIO
Leitor do Planeta, tenho pensado muito na vida e nas ausências que ela nos apresenta. Tanto no pessoal como no coletivo. Acabei de encontrar um cartão que dei à minha filha, quando ela ainda andava comigo nesse planeta, que dizia assim: “que a primavera do nosso mundo faça com que a gente possa construir nossos sonhos, superar nossas tristezas e fazer das saudades, nossos maiores aprendizados”.
Nestas eleições, sinto que estamos perdendo muita coisa, em sonhos principalmente. A lógica da elite atrasada faz sentir saudades do Brasil que queremos. O Brasil que queremos é para todos e não apenas para alguns. Infelizmente, as pessoas, influenciadas pelas mídias, não pensam assim, principalmente as mais jovens e de meia idade. As gerações mais novas precisam começar a trabalhar para pensar na aposentadoria depois, e nem imaginam o que está acontecendo por aqui.
Outro dia falei da era Vargas para os meus alunos. De como era o país antes e depois de Getúlio e de como a nossa elite via os brasileiros pobres e trabalhadores. Falei da CLT, da Carteira de Trabalho, do Salário Mínimo, das 48 horas de trabalho por semana, da Aposentadoria, do Voto Feminino e também do DIP e da Censura aos Jornalistas, Intelectuais, Artistas e Cantores. E do seu suicídio em agosto de 1954, depois de criar a Petrobras.
A CENSURA NOS MOSTRA UM PAÍS AUTORITÁRIO, DE PRÁTICAS AUTORITÁRIAS, DE COMPORTAMENTOS AUTORITÁRIOS.
A censura nos mostra um país autoritário, de práticas autoritárias, de comportamentos autoritários. Falávamos disso no curso de Jornalismo. Escritores como Jorge Amado, Graciliano Ramos e Érico Veríssimo mostram isso em seus livros. Mesmo assim, nosso povo resiste e luta por uma terra onde todos tenham voz.
Setembro é o mês do povo brasileiro mostrar seu valor e decidir seu destino, suportar a nossa maior ausência e escolher um casal de jovens para dirigir o país, sem medo de sonhar e ser feliz novamente. Fazendo escolhas, pelos excluídos, pela economia nacional e pela lógica da política que de fato quer transformar o Brasil. Setembro é o mês de sairmos para as ruas e contar como estão nossas escolas em São Paulo, como estão os salários dos professores estaduais.
O governo Temer e seus aliados, que agora se aliaram ao Geraldo, mas também podem migrar para o Jair querem um Brasil só para alguns. Por conta disso, querem destruir tudo, sob o manto do famigerado ajuste fiscal e neoliberal. E setembro é o mês para que a gente dê nossa resposta, popular, dos de baixo, de quem de fato constrói esse país, que somos nós.
No horário político, todo mundo é bonzinho, trabalhador (?) e preocupado com as pessoas. Na verdade, muitos não falam a verdade, mas são doces, por orientação de algum marqueteiro. Ninguém precisa cuidar da gente, a gente pode cuidar da gente sem ninguém nos conduzindo. O que todos queremos é a possibilidade de virar cidadão de ver um Brasil para todos, de verdade.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve suas crônicas todas as semanas no Planeta Osasco.