OPINIÃO:
Professor MARCO AURÉLIO
Leitor do Planeta Osasco, em primeiro lugar quero pedir desculpas por não ter escrito na mesma frequência de sempre. Acontece que o mês de dezembro é complicado pra mim. Depois de 1988, muitos dezembros não me trazem boas lembranças. Na verdade, lembranças ruins e difíceis de administrar até hoje. Perdas eternas, que me acompanharão até a morte. A lembrança mais grave de todas foi a passagem de minha filha, Ana Luiza, que começou 26 de dezembro de 2010 e terminou em 11 de janeiro de 2011. Tenho perdas reais e perdas simbólicas marcadas nos natais dos dezembros de diversos anos.
Mas como a vida segue, como gostava de dizer meu pai, vamos lá. O ano que começa não nos traz boas esperanças, por mais que queiramos. O Brasil tem um novo “velho” governo. Que segundo o jornal Folha de São Paulo ganhou, mas criou inúmeros fakes para vencer seu adversário. Um novo “velho” governo que tem saudades dos generais ditadores, dos torturadores e trata mal quem admira a Constituição de 1988, trata mal a imprensa, trata mal que faz oposição democrática. Um presidente que tem falas contestadas por auxiliares de sua equipe, a Folha deste sábado – por exemplo – dá manchete que o Presidente diz publicamente que o IOF iria subir e horas depois, Receita e Casa Civil desmentiram o chefe, sem dó. Pior, o governo atual se coloca entre as cores azul, cor de rosa e laranja.
Em São Paulo, só ouvimos más noticias. Vão faltar apostilas e professores na rede estadual em 2019, tudo sob o controle do novo governo. Como resposta, o Secretario de Educação do antigo governo paulista declarou que deixou tudo pronto e assinado para não haver problemas e, mais, deixou recursos também. Em síntese, acusou o novo governo de mentiroso.
Em Osasco, parece que nada muda. O ônibus aumentou para R$4,50. As chuvas alagam e destroem bairros e casas. Faltam vagas para creches. O servidor púbico continua aumento. A saúde continua caótica. Mas o Prefeito continua achando que tudo está como um céu de brigadeiro. Tem até pesquisa eleitoral de um jornal da cidade, que mostra o administrador municipal na frente de todos. Acredite se quiser… eu não acredito, desculpe leitor.
Num dos meus antigos natais, num sábado pela manhã, ao acordoar, ouvi minha mãe falando para meu pai, na copa de casa: “Luiz, o Marco não tem sorte mesmo nos natais, espero que ele tenha natais bem melhores, que este de 1989 também”. Depois disso, vivi belos finais de anos. Mas, sinceramente, depois de 2011, ficou complicado. E o que desejo a todos, mesmo atrasado é um 2019 cheio de expectativas boas e de muita luta.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve suas crônicas todas as semanas no Planeta Osasco.