Imagine morar em um município repleto de problemas estruturais e um de seus legisladores propor, em tempos de caos e desemprego, o “Dia da Telefonista”. Nada contra o trabalho de uma telefonista, mas tudo contra a falta de qualidade do legislador.
Se fosse um caso isolado, poderíamos até acreditar na sensibilidade aflorada de um político, só que em Osasco isso se tornou um vício de toda a Câmara Municipal. Quase toda a pauta central é atravessada por constantes projetos indecorosos diante da situação de nosso povo.
Projetos de nomeações de ruas, praças, até de ruelas. Projetos para criação de datas comemorativas e imbecilidades comprometedoras da imagem e da própria cidade.
É indecoroso tomar tempo do legislativo e do executivo com essas propostas absolutamente inúteis para a população diante de tantos problemas.
O desemprego tomou a cidade, muitas áreas de risco estão sendo invadidas, a infraestrutura contra enchentes colapsou e a violência continua presente em quase todas as ruas. Não é apenas uma crise nacional que está impactando nosso município. É, também, a incapacidade dos legisladores em fazer o trabalho de atenuá-la.
A grande maioria dos vereadores de Osasco realmente é ruim de trabalho, não há como negar.
Com salários excelentes (vencimentos na casa de R$15 mil sem descontos) e equipes bem remuneradas, acesso a carros oficiais e escritórios com verbas polpudas, os vereadores de Osasco não se destacam pela qualidade.
Se fossem executivos de uma grande empresa, seriam demitidos por péssima gestão. Se fossem carregadores do CEASA demitidos por corpo mole. Enquanto isso, a nossa sociedade sofre as consequências.
Por Gabriel Martiniano