Opinião – Acompanhado de aparentes benefícios, quando você informa seu CPF em uma compra de remédios as implicações superam -em muito- a vantagem do desconto. Em último caso, troque de farmácia.
Imagine comprar 2x por mês um mesmo remédio para hipertensão. Em cada compra você informa seu CPF e, portanto, a rede de drogarias sabe que você tem pressão alta.
Em outra situação, você compra remédios contra resfriados em períodos curtos de tempo. Unh… seria isso um sintoma de que você adoece constantemente?!
Contar isso para uma empresa é uma exposição perigosa para o seu futuro.
Quando for em busca de um novo emprego, quando tiver que renovar ou contratar nova apólice de seguro, ao renovar o convênio médico, enfim, para tudo que envolva certo “risco” para determinada empresa, se estes dados atrelados ao seu CPF forem vazados ou distribuídos livremente, a conta chegará. E sobrou pra você ou para seus familiares.
Nenhum desconto justifica o risco de ter seu perfil -pessoal, literalmente- vazado ou compartilhado entre empresas.
Me lembro de comprar remédios para minha tia, de 84 anos, utilizando meu CPF e receber descontos bem relevantes. Parecia racional a escolha dessa vantagem. No entanto, isso se tornou um pequeno pesadelo. De uma hora para outra comecei a receber SMS com promoções de remédios genéricos e de “marcas”, nitidamente relacionados com a compra constante. Ligações de robôs aconteciam várias vezes. Era como se eles soubessem que eu tinha um grave problema de memória típico de alguém acima dos 80 anos. E tenho 31.
E toda essa história se repetiu quando tive que comprar uma dezena de remédios para minha gata de estimação, de 12 anos, que estava com um problema que só um remédio humano poderia auxiliar. Ou seja, no meu CPF agora eu tinha um problema de memória e outro nos rins.
Imagine quando o convênio médico botar as mãos nessas informações.
Por Gabriel Martiniano
PlanetaOsasco.com