Há uma tempestade se aproximando de Osasco– K9 chegará com muita força
O objetivo deste conteúdo é apontar os riscos e motivos que me levam a acreditar que essa nova droga sintética possui todas as condições de se tornar uma grande tempestade para nossa região. Em especial, para as periferias.
A droga K9 e suas variações químicas, bem como apelidos que dificultam apresenta-la corretamente (variações como k2, k4, k9, k10, k12 e genericamente como Spice ou Skank Forte) são vendidas em formatos igualmente variados. Desde ‘pinos’ plásticos parecidos com os usados para envase de cocaína, até papelotes selados e papeis em formatos de filtro de cigarro.
O fato que motiva esta matéria é um em especial: o K9 é apresentado como um baseado forte e isso tem implicações severas justamente para os mais jovens. Ao identificar isso, não há espaço para sensacionalismo e desinformação.
Mesmo sintética (feita em laboratório, químicas avançadas), essa droga -no momento da venda geralmente aparenta ser um conjunto de folhas secas semelhantes ao da maconha comum; somente este fato se torna uma grande ameaça para crianças e adolescentes que não fazem a menor ideia de como aquele conteúdo é tão diferente da maconha comum.
Acredito que fatores culturais farão o K9 ter uma velocidade de adoção ainda maior que outras drogas precursoras que encontraram milhares de usuários.
No começo dos anos 1990, a ‘cola de sapateiro’, uma substancia vendida em depósitos comerciais e que ao ser inalada diminuía o frio, a fome e trazia uma sensação de satisfação – estava no auge. Em 1992 a maior parte dos usuários comuns conheciam apenas a maconha, o pó e a cola de sapateiro. Sendo justamente a cola a droga mais difundida em determinadas regiões do centro de São Paulo.
No mesmo ano, na região central da cidade, nos arredores do Elevado Costa e Silva (depois renomeado para João Goulart) uma grande quantidade de usuários começou a circular ao descobrir uma novidade: uma pequena pedra de cor branca/bege que ao ser fumada ou inalada liberava um estado de êxtase por alguns segundos.
Em poucos anos, a ‘cascola’ deixava as prateleiras e as ruas, sendo substituída pela pedra. O Crack, uma droga barata e que pode ser fracionada quase infinitamente, permitiu que os próprios usuários pudessem manter o vício vendendo pequenas quantidades da mesma. Esse ‘modelo de negócio’ manteve os usuários concentrados em ruas específicas das grandes metrópoles.
Desde 1996 (link), o crack foi facilmente visto pela população em geral como uma ameaça terrível, sendo que seu consumo é facilmente percebido -justamente pelas características de necessidade de cachimbo, latinhas, cheiro de borracha queimada e efeitos devastadores e permanentes nos usuários. Para alguém treinado, basta ver os dedos queimados de um usuário para saber que ele ‘está no crack’.
Em 2023 ficou claro que uma nova ameaça sintética chegou. O K9 tem um conjunto de características que a torna uma ameaça muito mais abrangente que as anteriores. Primeiro, pois, é capaz de ser percebida por jovens como uma mera maconha anabolizada. Segundo, é de fácil utilização, podendo ser discretamente ‘pilada’ ou ‘bolada’ em ambientes que sugeririam o consumo de maconha comum ou de uma cigarrilha artesanal. E é baratíssima.
Mas são os pontos seguintes que a tornam uma tempestade feita para as periferias de São Paulo, incluindo -obviamente- as de Osasco.
O K9 pode ser ofertado como um mero baseado, seu preço é atraente, causa aparente dependência imediata. Os usuários de maconha comum (a droga mais difundida do país, experimentada por mais de 7,7 milhões de brasileiros entre 12 e 65 anos¹ e consumida diariamente por mais de 1,5 milhão²) podem evidentemente consumir K9 sem nem mesmo perceber. Acredite, é possível.
É dessa forma, sendo apresentada como mera ‘maconha forte’ ou mesmo sendo passada de mão em mão (como baseado) sem aviso prévio, que o K9 tem potencial de atingir um público gigantesco. Com base no mapa do Crack, as crianças acima de 12 anos, em situação de risco, seriam completamente vulneráveis a esse tipo de abordagem. Adolescentes e jovens nas periferias das metrópoles obviamente também.
Por enquanto, a única forma de entender os efeitos do consumo de K9 se dá pela reação que usuários comumente desenvolvem. Ficam letárgicos, alguns ‘colapsam’; após o efeito mais severo podem ficar profundamente ansiosos, paranoicos, agitados e, segundo L.T.G. (nome omitido a pedido), funcionária de um C.R.A.S na zona oeste de SP, o maior desafio para ela é que estes usuários se tornam violentos e que há uma ‘dependência química imediata’.
A droga K9 não representa apenas uma ameaça para usuários contumazes de drogas pesadas. Representa, em síntese, possivelmente a maior ameaça que já tivemos sobre o tema. Um novo e imenso público está completamente vulnerável ao argumento dessa droga e difundir seus riscos é uma atitude de responsabilidade social, de cidadania e de atuação política.
Já é chegada a hora do Governo de Osasco se antecipar e iniciar uma ampla campanha avisando sobre os riscos dessa tempestade. Sejam em campanhas nas escolas, nas praças, nos teatros, nos bares, enfim…
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Por Gabriel Martiniano
eu nem sei como vai ficar quando começar a alastrar isso de k9, meu deus, proteja.
Imagina quando isso ai vier pro Munhoz Jr.
Aqui em oz já chegou, é só ir ver la no bonfim
Eu nem aguento mais falar pra mulecada se ligar com isso de baseado
tem que se apegar muito com Deus
k9 tmb é falado no ingles como canine (cánáini) de cão
Muito ruim a situação