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Dinheiro infinito: Bancos batem seus próprios recordes

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Os bancos brasileiros registraram um desempenho financeiro recorde em 2023. De acordo com o último Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), o lucro líquido do setor bancário atingiu R$ 144 bilhões, superando em 4% os R$ 139 bilhões obtidos em 2022, conforme informou o portal Metrópoles. Este resultado expressivo foi alcançado apesar do impacto negativo decorrente da descoberta de uma fraude contábil na Americanas, que causou um rombo de R$ 25,2 bilhões e afetou significativamente as principais instituições financeiras do país.

A crise da Americanas abalou grandes bancos como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil, Safra e Votorantim. No entanto, isso não foi suficiente para impedir a lucratividade do sistema bancário. O relatório do BC ressalta uma dinâmica variada no mercado de crédito, com consumidores individuais demonstrando maior resiliência em comparação às empresas.

O crescimento do crédito em 2023 foi impulsionado principalmente pelos empréstimos a pessoas físicas. As taxas de inadimplência nesse segmento apresentaram uma leve redução, mantendo-se em níveis similares aos dos anos anteriores. Em diferentes perspectivas geográficas e demográficas, a expansão do crédito foi particularmente notável na Região Norte, mais robusta para mulheres, enquanto desacelerou entre os mais jovens. A inadimplência caiu significativamente no Norte e no Sudeste, com uma queda mais acentuada para pessoas com menos de 24 anos.

Por outro lado, o crédito às empresas teve uma trajetória menos favorável. A carteira de crédito para pessoas jurídicas desacelerou, e a inadimplência aumentou em todas as regiões e na maioria dos setores econômicos. Regiões como Norte e Centro-Oeste apresentaram um crescimento mais expressivo no saldo de crédito empresarial, com destaque para indústrias extrativas e construção civil.

Apesar do aumento no lucro, a rentabilidade dos bancos, medida pelo retorno sobre patrimônio (ROE), apresentou uma ligeira queda, fechando 2023 em 14,1%, uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao ano anterior. A análise do BC revela que essa rentabilidade está fortemente ligada ao tamanho da instituição financeira. Bancos maiores conseguem melhores resultados devido a fatores como economias de escala e uma oferta diversificada de produtos e serviços, o que lhes permite operar com custos menores e margens de lucro superiores.

Os bancos públicos destacaram-se pelo segundo ano consecutivo como os mais rentáveis do mercado, graças a melhorias na eficiência operacional. Em contraste, os bancos privados mantiveram sua eficiência operacional estável.

No que diz respeito à concentração bancária, o cenário ainda é dominado por quatro grandes instituições: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Juntos, eles detêm 55,3% dos ativos, 57,8% do mercado de crédito e 57,9% dos depósitos bancários. No entanto, houve uma leve redução em comparação a 2022, atribuída ao crescimento de cooperativas de crédito e instituições financeiras não bancárias, que têm aumentado sua participação no sistema financeiro.

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