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Nubank age de má-fé contra bom pagador, afirma ex-cliente

Uma reclamação registrada no website Reclame Aqui -no mês 4 deste ano- relata uma pavorosa situação que clientes enfrentam na pandemia. Sem dinheiro entrando, os débitos dos meses anteriores no cartão de crédito se tornaram um problema que demandou negociação. Até para quem não tinha dívidas.

Porém, o Banco Nubank teria se aproveitado justamente dessa negociação para obter lucro e inclusive dificultar o pagamento. O Coletivo de Mídia Independente apurou em específico a reclamação de número 103132581 (no Reclame Aqui) que apontou uma estratégia duvidosa por parte da empresa, confirmada pelo cliente.

O problema

O cliente G.M.N. recebeu uma ligação do Nubank cobrando valores que ficaram pendentes -no segundo mês da pandemia de COVID-19, ainda sem negativação. A missão do cliente era clara: evitar pela primeira vez em sua vida ter seu nome negativado. A missão da Assessoria Paschoaloto -subcontratada pela Nubank- era recuperar o valor faltante em uma negociação em 3 parcelas com juros.

Em uma breve ligação, G.M.N. concordou em pagar em 3 vezes com juros o valor integral da fatura, não deixando em aberto nenhum montante.

Seria uma simples negociação cujo resultado presumidamente levaria o Nubank a ter todo o crédito ressarcido com juros e o cliente a evitar os danos de uma negativação. Tudo correria bem para ambos e mesmo diante de uma pandemia o planejamento financeiro do cliente seria mantido.

Seria.

A data negociada para a primeira parcela de 3x (com juros) era 20 de abril, uma segunda-feira, véspera do feriado de Tiradentes. Pela manhã, G.M.N. entra em contato para obter o código de barras e quitar aquilo que ele reconhecidamente devia.

No entanto, sua vida financeira iria enfrentar uma nova turbulência em meio a pandemia que já retirara dele mais de 60% da renda. G.M.N. descobriu nesta data que o Nubank não reconhecia a negociação estipulada pela sua parceira, exigindo que o pagamento do dia 20 aconteceria seguido por outro no dia 01 de maio, apenas 7 dias úteis entre o primeiro e o segundo.

Se aceito pelo cliente os novos termos e, se pagos no intervalo previamente ofertado, tais pagamentos gerariam o efeito conhecido como bola-de-neve (juros sobre juros, multa sobre multa ou taxas sobre taxas).

Xeque-mate

Com a posição do banco, G.M.N. ainda tentou de todas as formas garantir o pagamento e, ao fim, com lápis e caneta na mão se recusou a aceitar a alteração e decidiu que faria reclamações públicas demonstrando que o Nubank estava comprometendo sua renda e dificultando o pagamento.

Após externar indignação, apenas alguns dias depois o cliente descobriu um bastidor do Banco através de um atendente: Nubank teria substituído semanas antes o escritório Paschoalotto por outro, a MO&PC, por ‘possíveis problemas‘.

Acreditando que isso seria a causa da dificuldade imposta, G.M.N. decidiu entrar em contato novamente com o Nubank -que se manteve irredutível- definindo que as condições de pagamento só seriam possíveis nos novos termos apresentados.

Enquanto isso, a dívida aumentava em ritmo acelerado, o efeito bola-de-neve estava acontecendo.

G.M.N. pela primeira vez via a verdadeira face do roxinho (o apelido dado para os cartões dessa cor no Banco Nubank). E não seria a última vez.

Assistindo ao Roda Viva, da TV Cultura, observou que a co-fundadora do banco, Cristina Junqueira, meteu os pés pelas mãos ao dizer que “não se podia nivelar por baixo” em entrevistas. Afinal, seria nivelar por baixo aceitar que o banco fizesse uma negociação e depois não a reconhecesse? Ou, pior, acreditar que aquele serviço realmente era sem taxas?

Nubank negativou G.M.N. enquanto ele definiu categoricamente que pagaria a totalidade da divida (não em três vezes com juros, mas em apenas um boleto, à vista) para não se ver ‘refém’ de empresas como a de Cristina Junqueira e outros banqueiros.

Decidido a pagar, reconhecendo a dívida e rejeitando a prática do banco, G.M.N. trabalhou em dobro, pagou o boleto com ágio, cortou o cartão roxinho e se viu livre daquilo que ele classifica como ‘maracutaia do banco’. Foram quase 30 dias no atoleiro do Serasa.

G.M.N. lamenta ao pensar nos milhares de brasileiros que em plena pandemia tiveram seus nomes negativados, alguns -inclusive- pela injusta negociação dos credores.

Nota

Nos últimos meses o banco Nubank enfrentou acusações nas redes sociais sobre cadastro da Chave Pix sem solicitação, notificações do Procon, aplicativo off-line ou indisponível, demora em recebimento ou pagamento de boletos e até de cunho racial.

 

CMIO

Coletivo de Mídia Independente de Osasco

 

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Gabriel Martiniano

Jornalista profissional, fundador da Ticketbras e cidadão de Osasco

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