Convocação olímpica coroa retorno de craque da seleção de rugby
Há cinco anos, uma canelite tibial adiou a estreia olímpica de Bianca Silva às vésperas dos Jogos do Rio de Janeiro. Reagir àquele baque não foi fácil para a jovem de então 18 anos, já uma promessa da seleção brasileira feminina de rugby.
Aos 23 anos, Bianca é uma das Yaras – como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina de rugby – convocadas nesta segunda-feira (28) para a Olimpíada de Tóquio (Japão). Mais que isso, é uma das protagonistas da equipe. Em 2018, disputou a primeira Copa do Mundo da carreira e se tornou a brasileira que mais anotou o chamado try (maior pontuação da modalidade, que é quando o atleta cruza a linha final do campo com a bola e a coloca no chão). No ano seguinte, foi o destaque da conquista do Hong Kong Sevens, torneio que colocou o Brasil na elite do circuito mundial.
Ela se tornou inspiração na comunidade onde cresceu e no projeto onde foi revelada, o Rugby Para Todos, que atende cerca de 200 jovens carentes de 6 a 18 anos em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, segunda maior favela da cidade. Também virou referência junto à World Rugby, a confederação internacional da modalidade, escolhida para ilustrar a campanha Unstoppables (ou “imparáveis”, em inglês), para impulsionar o esporte feminino. Nome bastante pertinente, considerando a característica mais marcante de Bianca: a velocidade. A paulista já conseguiu alcançar 32 quilômetros por hora, em uma arrancada de jogo.
Em Tóquio, o Brasil foi sorteado no difícil Grupo B, ao lado de Canadá – medalhista de bronze no Rio de Janeiro – França e Fiji. Os jogos do rugby feminino serão disputados entre os dias 29 e 31 de julho.
