Uma professora de artes e um grupo de estudantes do Ensino Fundamental do município de Jacundá, no Pará, são destaques em uma exposição na sede da ONU, a Organização das Nações Unidas, na Suíça.
Há três anos, eles criaram um projeto chamado Cores do Açaí que mistura a polpa, os caroços e as folhas do fruto a diferentes elementos produzindo cores que são utilizadas em pinturas inspiradas na paisagem Amazônica.
O trabalho do grupo gerou um mini-documentário que já faturou prêmios pelo Brasil e que, agora, ganha projeção internacional.
A professora Elsamar Emerique fala da importância dessa atividade na educação dos alunos: “Eu sempre levo pra questão da valorização do ensino de arte na escola porque o ensino de arte ainda é visto como uma das áreas do conhecimento menores. Eu fico muito triste quando eu vejo isso porque não considero a arte, menor. É impossível separar a vida humana de arte”.
A professora conta que, no início, as pinturas eram sempre coletivas, mas que, por conta da pandemia, os alunos passaram a pintar individualmente. A estudante Thaiz Conceição está no Cores do Açaí desde o início. Ela fala com encantamento sobre o trabalho. “O projeto desde sempre, ele trouxe esse mix de sentimentos pra gente, desde lá da sala de aula até hoje. Mágico! Não sei explicar”, afirma.
O município de Jacundá tem cerca de 58 mil habitantes e, entre fontes de renda, a produção do açaí é um dos carros-chefes.
A estudante Eilany Almeida, também integrante do projeto, mora na região desde criança e conta a emoção que sentiu ao saber que a cultura da cidade seria conhecida na sede da ONU. “Quando eu recebi a notícia, eu comecei a tremer muito, comecei a chorar, chorar, chorar. Eu mandei mensagem pra minha mãe falando ‘mãe, olha onde o Projeto Cores do Açaí chegou’ minha mãe começou a ficar nervosa junto comigo, falando que tinha orgulho. Foi uma sensação maravilhosa”.
O mini-documentário Cores do Açaí faz parte da exposição Versus Art Exhibit que fica em exibição no Palácio das Nações, em Genebra, até o dia 25 de junho. Mas, você não precisa ir à Suíça para vê-lo. Basta pesquisar na internet que ele está disponível nas redes sociais.
*Com supervisão de Sâmia Mendes, Tony Ribeiro.
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