Renova terá atividades de reparação a atingidos de Mariana periciadas
A Fundação Renova, uma entidade que foi criada para cuidar da reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana, vai ter as atividades periciadas. Uma decisão liminar concedida pela Justiça Federal a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) permite que as atividades da instituição sejam acompanhadas de perto.
O rompimento da barragem do Fundão, na cidade mineira de Mariana, em 2015, causou a morte de 19 pessoas. A lama encobriu casas nos distritos de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira, e contaminou o Rio Doce. A barragem é administrada pela Samarco, que pertence às empresas Vale e BHP.
Os chamados acordos de adesão, apoiados pela AGU, já possibilitaram a reparação de mais de 5 mil atingidos nos últimos 90 dias. As indenizações variam de R$ 100 mil a R$ 600 mil, dependendo da situação.
Mas, em fevereiro deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais pediu a extinção da Fundação Renova e a aplicação de multa, por não ter entregado casas aos atingidos.
Na semana passada, o MP também pediu a retomada do pagamento integral do auxílio financeiro emergencial a atingidos pelo rompimento da barragem. Isso porque, em janeiro, mais de 5 mil pessoas, como pescadores e pequenos agricultores atingidos na região, tiveram o benefício cortado pela metade.
O Ministério Público avalia que, a partir dessa decisão judicial, vai ser possível melhorar a reparação e a compensação das vítimas de Mariana. Um técnico vai ser nomeado para elaborar, em até seis meses, a análise sobre os problemas da organização.
Em nota, a Fundação Renova informou que segue comprometida com os trabalhos de reparação. E que, até janeiro de 2021, foram desembolsados mais de R$ 11 bilhões em ações de reparação e compensação, e pagos R$ 3,2 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para cerca de 320 mil pessoas. A fundação diz ainda que está à disposição da Justiça para prestar todas as informações necessárias.