Airton Cascavel nega participação em negociações de compra de vacinas
A CPI da Pandemia ouviu, nesta quinta-feira, o ex-assessor do Ministério da Saúde, Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel. Ele explicou aos senadores que a função dele na pasta era dialogar com governadores e prefeitos. E relatou que foi convidado a integrar o governo pelo ex-ministro Nelson Teich, por causa da experiência dele como gestor e parlamentar. Airton é ex-deputado federal por Roraima.
Ele contou que, antes de ser nomeado, em junho do ano passado, na gestão do ministro Eduardo Pazuello, ele já trabalhava extraoficialmente junto ao Ministério, como interlocutor do Conasens, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e o Conass, Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Ele ficou na função até março deste ano.
Airton Cascavel negou que tenha participado de negociações sobre compra de vacinas. Ele esclareceu que essa tarefa era de competência da secretaria executiva.
Perguntado sobre a demora para o início da vacinação no Brasil, que começou em janeiro, Cascavel afirmou que sempre demonstrou sua posição favorável sobre os laboratórios e a importância das vacinas.
Apesar de informar que não tinha poder de decisão no Ministério da Saúde, Airton Cascavel ressaltou que, na passagem dele pela pasta, não identificou distinção no atendimento a estados, municípios e lideranças políticas, em razão de ideologia partidária.
Airton depôs com uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que deu a ele o direito de ficar em silêncio para não se incriminar, caso preferisse.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, enquanto estava presidindo a sessão, reclamou do inquérito instaurado pela polícia federal para investigar o vazamento de informações sigilosas na comissão. A comissão informou que vai acionar o STF contra a medida, por entender que se trata de uma tentativa de intimidação.