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Estudo brasileiro descreve dinossauro que viveu no período Cretáceo

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Um estudo publicado por brasileiros na revista internacional Papers in Palaeontology descreve a primeira espécie de dromeossaurídeo, dinossauro carnívoro que é apontado como o parente mais próximo das aves. Denominado Ypupiara lopai, esse dinossauro foi encontrado em Peirópolis, no Triângulo Mineiro, entre as décadas de 40 e 60.
Tendo como representante mais famoso o Velociraptor, que eram encontrados principalmente nos Estados Unidos e na Ásia, os dromeossaurídeos viveram durante o período Cretáceo, algo entre 65 e 145 milhões de anos.
De acordo com o Museu Nacional, uma das quatro instituições científicas brasileiras responsáveis pelo estudo, o material é importante para a análise do passado geológico do Brasil, bem como para fornecer dados relevantes sobre a evolução dos dromeossaurídeos da América do Sul e seu padrão de distribuição.

Dinossauro – Divulgação / Museu Nacional

“O trabalho tem por base dois ossos: uma maxila, com três dentes implantados, e um dentário que, infelizmente, foram perdidos no incêndio de 2018. O material permite concluir que se trata de um unenlagíneo. Muito provavelmente esses animais se alimentavam de peixes e pequenos animais, como anfíbios e lagartos, o que condiz com o cenário do Triângulo Mineiro entre aproximadamente 72-66 milhões de anos, perto do final do Cretáceo, que marca a extinção dos dinossauros não-avianos”, informa o Museu Nacional.
A pesquisa estima que o Ypupiara tinha de 2,5 a 3 metros de comprimento (da ponta do focinho até a ponta da cauda), “o que significa ser um padrão de médio a grande porte para um raptor”.
Conforme divulgado pelo Museu Nacional, os padrões de distribuição ao longo do tempo geológico para os unenlagíneos indicam que, inicialmente, eles se distribuíam na região onde hoje é a Argentina, que se separava do Brasil por um extenso deserto, o Cauiá.
Isso ocorreu há cerca de 100 milhões de anos. Posteriormente, com o aumento da umidade, o grupo teria se dispersado para o Brasil, o que explica parcialmente sua presença aqui entre aproximadamente 66 e 83 milhões de anos.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador do Museu Nacional Arthur Souza Brum, em parceria com pesquisadores do Museu da Amazônia; da Universidade Federal do ABC; e do Museu de Ciências da Terra, que é ligado ao Serviço Geológico do Brasil.

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