Operação da PF combate desvios de recursos da saúde no Pará
Agentes da Polícia Federal realizaram, nesta quarta-feira (18), uma operação para combater o desvio de recursos públicos na área da saúde. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o governo do Pará efetuava repasses de verba a quatro organizações sociais contratadas, e estas subcontratavam outras empresas para prestarem serviços nas unidades de saúde geridas pelo grupo criminoso, prática conhecida como “quarteirização”.
Depois disso, os serviços subcontratados eram superfaturados ou nem sequer eram prestados, e a verba retornava para os integrantes da organização criminosa por meio de um complexo esquema de lavagem de dinheiro. Também são investigados cinco hospitais regionais e quatro hospitais de campanha montados para enfrentamento da pandemia de covid-19, no Pará, com suspeita de fraudes que ultrapassam R$ 1,2 bilhão.
Foi determinada a suspensão das atividades de duas empresas utilizadas para lavagem de capitais, o sequestro de bens móveis e imóveis, avaliados em mais de R$ 150 milhões, além do bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados, que ultrapassam R$ 800 milhões.
Ao todo, foram expedidos 95 mandados de busca e apreensão, 54 mandados de prisão temporária e seis mandados de prisão preventiva em oito estados: Pará, São Paulo, Goiás, Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso.
A Operação Reditus, segunda fase da Operação SOS, iniciada em setembro do ano passado, reuniu cerca de 400 policiais federais, além de servidores da Receita Federal e da Controladoria Geral da União (CGU).
Em nota, o governo do estado do Pará informou que não é alvo da operação, e que apoia todas as investigações para que a verdade seja esclarecida. E que o estado rompeu com as organizações sociais, e não mantém mais contato com elas.