Há 25 anos, morria Dulcina de Moraes, a dama do teatro brasileiro
Há 25 anos, no dia 28 de agosto de 1996, morria a grande dama do teatro brasileiro Dulcina de Moraes. Ela nasceu em 1908, na cidade de Valença, no interior do Rio de Janeiro. Foram 88 anos de vida sobre os palcos. Dulcina entrou em cena pela primeira vez aos três meses de idade. Foi atriz, diretora, produtora, professora, idealizadora e fundadora da Fundação Brasileira de Teatro. Nada por acaso. Os pais e os avós dela também eram atores.
O atual presidente da Fundação de Teatro, Gilberto Rios, destaca o legado de Dulcina. Ele lembra sobre a luta da atriz pela regulamentação da profissão de ator/atriz em todo o país.
A luta pela regulamentação da profissão durou décadas. Em 1943, quando o então presidente Getúlio Vargas instituiu a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, por meio de decreto, determinou que só poderiam trabalhar na noite quem tivesse a profissão reconhecida. Como não podia se cadastrar como atriz, Dulcina de Moraes declarou na carteira de trabalho que era prostituta. Só em 1977 chegou a regulamentação para atores e atrizes.
Nessa época, Dulcina, já tinha se mudado do Rio para Brasília, levando junto a Fundação Brasileira de Teatro. A sede da instituição foi projetada por Oscar Niemeyer e o local escolhido para instalar a fundação foi o Setor de Diversões Sul, na região central da capital do país. O prédio, onde funcionam a Faculdade de Artes e o Teatro Dulcina de Moraes, foi tombado como patrimônio cultural.
Mesmo com tanta história, a Fundação Brasileira de Teatro enfrenta uma grave crise financeira. O presidente da entidade, Gilberto Rios, pediu paciência aos credores e informou que tem um planejamento para saldar as dívidas. Segundo ele, está sendo encaminhado ao Ministério Público um projeto de recuperação desse patrimônio e pede apoio dos credores.
De acordo com Gilberto Rios, sete em cada dez professores de artes do Distrito Federal passaram pela faculdade de Artes Dulcina de Morais.
Com produção de Daniel Lima.