Motoboy que deveria depôr na CPI da Pandemia é reconvocado
A reunião da CPI da Pandemia desta terça-feira não teve depoentes. A previsão inicial era ouvir Ivanildo Gonçalves da Silva, motoboy a serviço da VTCLog, empresa de logística responsável pela armazenagem e transporte de medicamentos e vacinas para o Ministério da Saúde. Ivanildo teria feito saques milionários, considerados suspeitos.
Mas, o motoboy conseguiu um habeas corpus do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, que deu a ele o direito de não comparecer para prestar depoimento.
Com a decisão, a CPI decidiu chamar a CEO da VTCLog, Andréia Lima, que teve o requerimento de convocação aprovado em julho. No entanto, a empresa divulgou uma nota informando que Andréia foi avisada somente às 22h dessa segunda, e que, por questões de compromissos assumidos anteriormente, com a distribuição de vacinas, seria impossível o comparecimento dela.
O senador Eduardo Girão, do Podemos do CE, e o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, pediram ao presidente da Comissão, Omar Aziz, para definir a data de depoimentos já aprovados pelo colegiado, entre eles, do ministro da CGU, Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário. Para Randolfe Rodrigues, o relatório final da CPI pode ser adiado, caso precise de mais tempo para ouvir essas pessoas.
No final da reunião, a CPI aprovou nova convocação do motoboy Ivanildo Gonçalves, e pedidos de quebras de sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático de nomes ligados à VTCLog.
Também foi aprovado requerimento para ouvir a advogada Karina Kufa. Senadores apontam que ela organizou um jantar na casa dela, onde o lobista Marconny Faria foi apresentado ao ex-secretário-executivo da Anvisa, José Ricardo Santana. Eles teriam atuado como lobistas da Precisa Medicamentos, de acordo com parlamentares. As datas dos depoimentos, segundo o presidente Omar Aziz, devem ser definidas na reunião desta quarta-feira.