CPI reage à ausência de Marconny e pede retenção de seu passaporte
O ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo Filho, depôs na CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (02), para esclarecer denúncias da Operação Falso Negativo, que o levaram à prisão, no ano passado, por suspeita de compra de kits de testes da covid-19 com preços superfaturados.
Araújo é alvo ainda de uma investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por envolvimento em desvios de recursos de contratos emergenciais para instalação de leitos de UTI de covid no período em que esteve à frente da secretaria.
Questionado sobre as acusações, Francisco Araújo, defendeu sua gestão na saúde do DF. Segundo ele, nos cinco meses que esteve à frente da secretaria o DF teve o período de menor letalidade de covid no país.
A CPI convocou Araújo também para saber se ele tem ligação com a Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin, do laboratório Bharat Baiontech. Pela negociação, que não foi concluída, 20 milhões de doses seriam compradas por R$ 1,6 bilhão. Francisco Araújo garantiu que não teve participação em negócios com a Precisa.
O depoimento de Araújo não estava previsto para esta quinta-feira (02). Era esperado o depoimento de Marconny Albernaz Faria, apontado como suposto lobista da Precisa Medicamentos, mas ele apresentou um atestado médico de 20 dias.
Os senadores então aprovaram requerimento para condução coercitiva, ou seja, para obrigar o comparecimento dele com autorização da justiça. Também decidiram pela retenção do passaporte do depoente por 30 dias, pela Polícia Federal.
Já o advogado Marcos Tolentino, ligado ao FIB Bank, que deveria ter deposto nessa quarta-feira (01), também apresentou um atestado médico. O presidente da CPI Omar Aziz criticou o Hospital Sírio Libanês pela emissão de atestados médicos a Marconny e Tolentino.