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“Eles vivem agora o que vivemos na época do zika”, diz secretário

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O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, faz um alerta aos brasileiros ao comparar o surto de coronavírus ao do zika, responsável por uma epidemia no Brasil em 2015. Em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar hoje (10), às 21h, ele diz que é preciso evitar o preconceito.
“A gente tem que tomar muito cuidado para não promover a xenofobia, porque eles [os chineses] estão vivendo agora o que nós vivemos na época do zika. Muitas pessoas questionavam se teria copa do Mundo e se teria Olimpíada”, lembra. Wanderson diz que chegou ir à Genebra com o ministro da Saúde para esclarecer as pessoas de que o risco de vir ao Brasil e contrair a doença era muito baixo. “E assim foi, né? Tivemos uma Olimpíada com muita tranquilidade, tivemos várias medalhas”.
Para o secretário, é preciso evitar o pânico ao lidar com casos de epidemias. “É preciso muita calma e muita prudência, aconselha. “Eu quero chamar a atenção para a gente tratar com muito respeito os chineses, os que moram no Brasil, que já estão aqui morando conosco, ou aqueles que, por características fisionômicas, possam parecer chinesas”.
Desafio
Wanderson Oliveira afirma que “o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio junto com as outras nações e está contribuindo com a OMS [Organização Mundial da Saúde] para a capacitação dos países do Mercosul”. Sobre os riscos de o país ser atingido pela nova doença, ele analisa: “Não temos a circulação do vírus no Brasil até o momento. Mas há probabilidade de um dia, ou de, em algum momento, ele chegar. Vivemos em uma comunidade em que as pessoas estão circulando”. Ainda assim, o secretário diz que não há motivos para preocupação. “Pelos relatos e pelas características do surto que está acontecendo neste momento na China, a letalidade é menor do que comparativamente com outras doenças”.
Tratamento
Para combater o novo coronavírus, o secretário diz que há uma série de medicamentos que estão sendo estudados, principalmente alguns antirretrovirais. “A gente tem vários testes, alguns medicamentos que são utilizados para outras doenças e que estão começando a apresentar resultados promissores, mas ainda não há nenhum tratamento específico para o coronavírus. Ainda não tem nenhum medicamento, nem uma vacina própria para isso”.
Caso a doença chegue ao Brasil, o secretário acredita que o país estará apto ao desafio. “O Brasil está preparado para a identificação do vírus e para essa fase de contenção de uma maneira muito precisa. Todos os estados estão desenvolvendo planos de contingência”. No entanto, ele explica o que pode ser feito em casos de possíveis contaminações. “Se a pessoa precisar ser internada, vai receber o monitoramento sintomático para diminuir o desconforto da febre, da dor no corpo, da tosse, do desconforto respiratório. Há estratégias e instrumentos para fazer isso, preservar a vida e garantir a eliminação do sofrimento. Então, existe tratamento, mas não é aquele tratamento que vai matar o vírus”. Wanderson diz que o atendimento ao doente pode ser feito até em casa, em uma espécie de isolamento domiciliar. Numa situação mais crítica, há a possibilidade de UTIs, em caso de mudanças no cenário epidemiológico.
No Brasil, o novo coronavírus também levantou suspeitas sobre a compra de produtos de origem chinesa. Sobre isso, o secretário esclarece: “Não há nenhum risco de, numa importação de um produto, ter contaminação do vírus. O vírus tem uma vida fora do organismo muito pequena, de horas. A importação desses produtos demora alguns dias. Então é uma situação completamente sem sentido”.
Fakenews
Para combater as fakenews, além do site da saúde, o ministério conta com um número de whatsapp para esclarecer a população sobre a nova doença. “As pessoas podem enviar para a gente as perguntas. Se recebeu um vídeo, saber se é verdadeiro ou não é verdadeiro… Nós temos recebido com frequência muitos pedidos de verificação, então as pessoas não devem acreditar no que receberem”, alerta o secretário. “Chequem as informações no site do Ministério da Saúde, ou da secretaria municipal, ou de uma instituição como a Fiocruz ou hospitais que tenham e compartilhem informações verídicas e oficiais”, sugere.
Wanderson Oliveira lembra que a prevenção ainda é a melhor forma de evitar a contaminação pelo coronavírus e que a adoção de medidas básicas podem diminuir o risco de ter a doença. “Lavar as mãos com frequência, antes de comer e depois de ir ao banheiro. Cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar ficar tocando os olhos e o nariz com as mãos, não ir trabalhar caso esteja doente. Se estiver doente, não ir a locais com aglomeração, e usar álcool gel”, conclui.
“Na época da pandemia de influenza, em 2009, criamos o hábito de usar álcool gel. É uma ação barata, simples de ser feita. As crianças podem aprender de forma muito rápida e podem ensinar também para os seus pais”.

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