De estação ferroviária à rodoviária, mais de 140 mil passageiros vão e vem de Brasília todo mês
Quando Brasília foi construída, o Eixo Monumental ligava a Praça dos Três Poderes, a leste, ao que um dia seria a Estação Ferroviária, a oeste. Mas o próprio Juscelino Kubitschek queria um país rodoviário, sem priorizar o transporte de trem. Isso explica muita coisa. A estação, projetada por Lucio Costa, marcava a ponta de linha do ramal Brasília da Estrada de Ferro Goiás e só foi inaugurada em 1976, 16 anos depois da cidade.
A quantidade de passageiros de trem era tão pequena, que, cinco anos depois, em 1981, passou a receber ônibus que faziam viagens para outros estados. E foi daí que nasceu a Rodoferroviária de Brasília. Até 2010, foi o principal terminal rodoviário para linhas interestaduais no Distrito Federal.
O último trem de passageiros partiu da Rodoferroviária em 1991. O local ainda é utilizado por trens de carga. E, se tudo der certo, um dia teremos um trem regional inteligando Brasília a Goiânia, passando por Luziânia. É o Expresso Pequi, que tornaria as viagens mais rápidas e confortáveis.
O prédio que um dia já foi a Rodoferroviária pertence à União. Depois que o terminal foi desativado, passou a receber órgãos públicos do governo do DF.
Desde julho de 2010 os ônibus que vão e chegam de todo o país usam a Rodoviária Interestadual, que fica atrás do Setor Policial, em frente ao Guará e perto do Setor de Oficinas Sul. A estrutura moderna favorece a iluminação natural e o reuso da água da chuva. Lá pertinho tem uma estação de metrô e uma parada de ônibus – que facilitam a integração com outros meios de transporte.
O primeiro ônibus a partir da nova rodoviária, na madrugada do dia da inauguração, levou passageiros para Feira de Santana, na Bahia.
Cerca de 40 empresas de ônibus interestaduais operam no local e transportam, por mês, mais de 140 mil pessoas.