Diagnóstico descentralizado: Fiocruz vai produzir 30 mil kits de teste para coronavírus
O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, confirmou que vai ao Congresso Nacional na semana que vem para discutir o orçamento da pasta e as ações de combate ao coronavírus.
Só para compras emergenciais, como máscaras, luvas e aventais, foram destinados R$ 140 milhões. Mas, segundo cálculo da assessoria do Conselho Nacional de Saúde, só em 2019 , o orçamento a saúde pública perdeu pelo menos R$ 9 bilhões em função da regra do teto de gastos, que congelou o gastos federais em relação ao orçamento de 2017 apenas com a correção da inflação.
Com isso, os repasses para a Saúde deixaram de estar vinculados ao aumento das receitas. Segundo o ministro, a visita ao Congresso ainda não é para pedir mais recursos, mas apenas para fazer um alerta.
“Vou visitar o Congresso e vou colocar para eles que estejam preparados, em uma situação de emergência, para eventualmente fazer a alocação de recursos no tempo da agilidade necessária. E o próprio orçamento que me deram para esse ano, que o Ministério da Saúde tenha agilidade, uma vez que há uma novidade de execução orçamentária, que a gente quer se entender para não haver lentidão quando da tomada de decisão. E que seja feito dentro da lei”.
O Ministério da Saúde também anunciou que a Fiocruz começa a produzir 30 mil testes para as ações de controle de vírus respiratórios – tanto do Covid-19, inclusive testes confirmatórios, quanto para os vírus do influenza A e B e para o H1N1.
Sobre a decisão de algumas escolas particulares suspenderem aulas para alunos que estiveram nos países que registram surtos da doença, o ministro diz que a decisão não tem base técnica.
“Me parece decisão precipitada, porque ela não se embasa em nenhum critério técnico”.
Pelo menos duas escolas em São Paulo e uma em Brasília determinaram quarentena para os estudantes.
O Ministério também prometeu publicar uma portaria com regras para o isolamento de pessoas em função do coronavírus. O objetivo é deixar os critérios mais claros, para evitar situações como a do casal de turistas franceses que, por decisão judicial, ficaram internados compulsoriamente em Paraty, no Rio de Janeiro.
Nesse final de semana, foi confirmado o segundo caso de coronavírus no Brasil: um homem de 32 anos que chegou da Itália no dia 27 de fevereiro e mora em São Paulo. Ele foi atendido no dia 28 pelo hospital Albert Einstein, que confirmou o diagnóstico.
Além dele, na semana passada foi confirmado o caso de um empresário de 61 anos. Os dois pacientes estão em isolamento domiciliar e encontram-se em boas condições clínicas.
Segundo a última atualização, nessa segunda-feira, o Brasil registrava 433 casos suspeitos de coronavírus, sendo 163 deles em São Paulo.