1º morto por Covid-19 não estava na lista de confirmados; outros 4 óbitos aguardam diagnóstico
A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo confirmou a primeira morte no estado por coronavírus no país.
Um homem de 62 anos, com diabetes e hipertensão, que começou a apresentar sintomas no dia 10 e teve que ser internado no dia 14. Ele morreu no final da tarde dessa segunda-feira. Só à noite ele teve o diagnóstico do coronavírus confirmado, e só então as autoridades públicas foram informadas do caso.
O homem estava internado na rede de saúde Prevent Senior, especializada no tratamento de idosos. Ele não viajou para o exterior nem teve qualquer contato com quem viajou, ou seja, é um caso de transmissão comunitária.
Na mesma rede de saúde, estão sendo investigadas outras quatro mortes que podem ter sido causadas pelo coronavírus. O diagnóstico está sendo feito, e a Secretaria de Saúde aguarda o resultado para atualizar a informação.
Segundo o último balanço da Secretaria de Saúde, existem 162 casos de coronavírus confirmados em São Paulo – 154 deles na capital. A secretaria não tem o número exato de pessoas estariam em estado grave. A estimativa é de que cerca de 30 pessoas estariam em situação delicada na rede pública. Não existe informações de quantos podem estar em estado grave nos hospitais privados.
Segundo o coordenador do Centro de Contingenciamento para o Coronavírus, o infectologista David Uip, as autoridades não têm controle dos casos da doença que estão dando entrada nos serviços privados de saúde.
O coordenador de Controle de Doenças (que também integra o Centro de Contingenciamento), Paulo Menezes, explicou que os serviços de saúde são obrigados a informar casos de gripe, mas não existe uma obrigação específica para o coronavírus.
“A notificação é compulsória, mas não é para corona, mas para Síndrome Respiratória Aguda Grave. Ela é em função do quadro clínico de gravidade. Tem sido utilizada há cerca de 10 anos, principalmente por causa da influenza, da gripe. Agora o Ministério [da Saúde] está adaptando para que a gente possa utilizar para o coronavírus”.
Questionado sobre a necessidade de ampliar o diagnóstico do Covid-19, David Uip disse que começa a ser estudada essa possibilidade. Mas, por enquanto, os testes para o coronavírus vão continuar sendo usados em casos específicos.
“É adequado tentar ampliar os centros de diagnóstico, mas eu insisto nisso: existe o mundo ideal e existe o mundo real. Primeiro há tentativa de planejamento e ampliação da rede. Nesse momento vamos aguardar também a orientação do Ministério da Saúde, que é o órgão maior que deve fazer a política e disponibilizar recursos. Nesse momento, continuaremos fazendo exame dos pacientes internados, as clínicas sentinelas, profissionais de saúde e pesquisa”.
Durante a coletiva de imprensa, os médicos fizeram um apelo para que as pessoas doem sangue. Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica do estado, Helena Sato, o banco de sangue em melhor condições no estado de São Paulo só tem estoque para suprir a demanda por mais uma semana.