Perdas do comércio devem ser de R$ 53 bilhões em 10 estados, projeta CNC
As perdas do comércio devido à crise do coronavírus devem chegar a mais de R$ 53 bilhões em 10 estados do Brasil, em março. A estimativa foi divulgada hoje em pesquisa da CNC, Confederação Nacional do Comércio.
São Paulo deve ter a maior queda em volume de vendas, mais de R$ 25 bilhões, seguido do Rio de Janeiro, com quase R$ 7 bilhões.
A CNC estima que a circulação de consumidores em todo o país caiu 71%. O estado de Santa Catarina foi o que registrou o maior impacto no movimento, uma redução de 80%.
Segundo a pesquisa, as perdas do varejo brasileiro em março estão diretamente relacionadas à diminuição drástica na circulação de pessoas imposta por decretos estaduais para impedir a disseminação da Covid-19. O economista da CNC Fábio Bentes avalia que o cenário é inédito na história recente do país.
Bentes afirma que até mesmo os segmentos que vendem produtos essenciais estão sofrendo com a crise. Segundo o economista, as fortes perdas devem perdurar até pelo menos o fim de abril, apesar de ainda não haver medidas amplas de relaxamento dos decretos que restringiram as atividades.
Ele avalia, no entanto, que não há perspectiva de melhora desses impactos no curto prazo, já que, além das restrições impostas à população, outro fator que contribui para a queda no consumo é a perda de renda dos consumidores.
Ainda de acordo com a pesquisa, os serviços de venda online e delivery contribuíram pouco para diminuir as perdas nas vendas. A participação das receitas baseadas nesses serviços ainda é pequena se comparada ao consumo presencial. O comércio eletrônico no Brasil representa, por exemplo, no máximo 5% do volume de receitas e, mesmo que ele tenha dobrado na atual situação, sua participação continua pequena.