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No Brasil, homicídio de jovens aumenta 192% nos últimos 30 anos

Marcello Casal Jr. ABr

Relatório apresentado nesta terça-feira (3) em Genebra mostra violações dos direitos humanos como superlotações do sistema socioeducativo no país

O Comitê sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas aponta crescimento de violações dos direitos humanos frequentes como o encarceramento e assassinato de jovens brasileiros.

Divulgado nesta terça-feira (4), o monitoramento destaca que os homicídios entre a população de até 19 anos subiu 194% entre 1980 e 2012. A proporção subiu de 19,6 jovens a cada 1000 para 57,6 neste período de tempo.

Elaborado pela Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced) ele é divulgado a cada cinco anos por determinação da Convenção sobres os Direitos das Crianças (CDC).

O jovem que morre mais no Brasil, de acordo com o documento, é o negro. No período estudado, o número de vítimas brancas caiu 32,3% e o de negras aumentou 32,4%.

Outro número destacado é o grande aumento de internos nas unidades socioeducativas. Somente entre 2010 e 2011 o número de internos aumentou 10,69% e, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Brasil tem 20.532 nesses locais.

Além disso, o monitoramento destaca o discurso conservador de grande parte da sociedade que acredita que “a repressão aos adolescentes em conflito com a lei deve retribuir-lhes o malfeito e se tornar cada vez mais dura“.

Em entrevista à Agência Brasil, a integrante da Anced Mônica Brito rechaça esse ponto e argumenta que a sociedade não consegue reconhecer nas crianças e adolescentes, principalmente em conflitos com a lei, tem direitos e serem respeitados.
“Há uma tendência ao encarceramento e tolerância da sociedade em relação aos homicídios. Não tínhamos que falar sobre a redução da idade penal; deveríamos estar falando da letalidade e do extermínio”, afirmou.

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