Vivemos uma onda conservadora no Brasil, como no mundo?
Opinião do professor Marco Aurélio
Vivemos uma onda conservadora no Brasil, como no mundo?
Afinal, porque as pessoas têm medo da cidadania para todos?
O New York Times declarou publicamente, em seu editorial, apoio à candidata democrata Hillary Clinton para a Presidência dos Estados Unidos. O jornal Washington Post revelou as atitudes machistas e sexualmente bisonhas do candidato Donald Trump com as mulheres, como se elas fossem objetos usáveis e descartáveis. Resultado: esta semana, o jornal O Estado de São Paulo publicou no primeiro caderno, página 10, que Hillary está com 52%, enquanto que Trump tem apenas 38% (pesquisa do jornal Wall Street Journal). Jornais declararem apoio público a este ou aquele candidato é uma rotina histórica nos EUA, imprensa que marcou época com o impeachment do presidente Nixon nos anos 70.
Precisamos de cidade coletivas.
O Brasil e Osasco, cidade onde moro desde que nasci, não merecem esse cenário opositor sem ideologia. Na verdade, ando pensando muito sobre isso, nesse ano de 2016. As pessoas estão mais agressivas e frequentemente repetem frases grosseiras e quase iguais para desafiar e ofender aqueles com posições opostas. Lutamos muito pela volta da democracia, a partir da luta pela anistia e por eleições diretas nos anos 80.
E, agora, vejo uma intolerância ingênua e cega, como se todos os nossos problemas tivessem começado agora. O PT, apesar de muito ferido pelos seus próprios erros, deixa um legado imenso ao país. De olhar e pensar nos excluídos ou os de baixo, como definia Florestan Fernandes, esquecidos e mal tratados há séculos. De consolidar o termo Políticas Públicas nas agendas políticas de todos os governos e na linguagem diária do povo.
O problema é que agora, tudo parece estranho. A Vila Madalena elege Haddad, um prefeito que em quatro anos trouxe para São Paulo uma visão de cidade coletiva e para todos. E a Zona Leste, pobre e excluída pelo capitalismo brasileiro, elege Dória, senhor que se veste de rapaz burguês e tem uma esposa que afirma na Folha de São Paulo que pobre precisa de pouca coisa pra ser feliz, apenas um abraço. Acreditem…
As eleições nos mostram dois projetos, duas visões de cidade.
Em Osasco, não é diferente, temos o prefeito Lapas que seguiu políticas públicas criadas em 2005 e implantou uma rede de obras e avenidas para preparar o município para o século XXI, incluindo os mais pobres e excluídos num desenho de cidade para todos de verdade.
Do outro lado há um candidato exótico, camaleão, que mudou de lado duas vezes, sem sair do seu lugar de conforto em busca do poder pelo poder, pra não mudar nada, pois age como se uma eleição democrática fosse uma disputa no Colégio Eleitoral da Ditadura Militar, reunindo contrários que buscam o poder a qualquer custo. Quem perde com isso é a cidade e a democracia brasileira.
Assim, a população de Osasco, cega, critica os legados da democracia e esquece do autoritarismo, da Ditadura Militar e do populismo barato que dominaram Osasco antes de 2005 e não reduziram nossa miséria em nada.
Na saúde, por exemplo, viveremos tempos difíceis em 2017. A aprovação da PEC 241 do Teto vai mudar o pacto federativo. Embora considerada necessária pelos economistas, deve reduzir recursos na saúde e na educação, o que deverá comprometer a vida dos mais pobres.
Outro exemplo, a diminuição da velocidade do prefeito Haddad para os carros em São Paulo, tão criticada por todos os candidatos, reduziu em 52% (dados da CET SP) o número de acidentes fatais, reduzindo – também – o gasto com saúde, pois diminuíram as internações em hospitais.
Minha escolha política na cidade.
Minha conclusão sobre Osasco. Quem governou com a crise econômica brasileira, que nos acompanha desde 2013, está sem dúvida mais preparado para fazer a travessia dos próximos anos. Ninguém pode negar: avançamos muito nos últimos anos, em todas as áreas.
Agora, é escolher certo pra não se arrepender do passo pra trás depois, porque depois só daqui a quatro anos pra tentar consertar o estrago.
Por isso, voto Lapas para que o tempo da cidadania, da democracia e da dignidade das pessoas prevaleça. Agora é andar pra frente e avançar por uma cidade moderna, coletiva e preparada para o futuro que merecemos.
Marco Aurélio Rodrigues Freitas é jornalista e professor. Publica suas crônicas no PlanetaOsasco todas as semanas.