CPI da Pandemia ouve tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco
O tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa disse, em depoimento à CPI da Pandemia, nesta quarta-feira (4), que o envolvimento dele com a negociação de vacinas foi para abastecer o mercado privado.
O militar era assessor do Departamento de Logística, do Ministério da Saúde, até janeiro deste ano. O nome dele foi citado por outros depoentes na comissão. Ele respondeu aos senadores mesmo protegido por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que dá o direito de ficar em silêncio.
Marcelo Blanco participou de um jantar, em Brasília, juntamente com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que se apresentou como representante da empresa Davati, e o então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias. Foi nesse encontro que teria sido feita a suposta proposta de pagamento de um dólar por dose da vacina AstraZeneca. O coronel Blanco lembrou como apresentou Dominguetti a Roberto Dias.
Em resposta ao relator da CPI, senador Renan Calheiros, sobre a suposta participação dele na negociação das vacinas, o tenente-coronel afirmou que nunca pediu qualquer tipo de comissão.
Marcelo Blanco apresentou à comissão mensagens e áudios trocados em conversas com Dominguetti, por meio de um aplicativo, em que estaria tratando da aquisição de vacinas da AstraZeneca apenas para o setor privado.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, questionou o fato de as negociações para adquirir imunizantes para o setor privado terem sido iniciadas antes de haver uma lei que previsse essa possibilidade.
Nesta quinta-feira (5), a CPI da Pandemia vai ouvir o empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, que atuou no Ministério da Saúde, de junho de 2020 a março de 2021.