Mercado de cervejarias artesanais começa a dar sinais de recuperação
Paulo César Borges é sócio de uma cervejaria em Brasília. PC, como é conhecido no meio cervejeiro, foi um dos empresários que sentiram o choque no início da pandemia com as medidas de restrição. Ele conta que chegou a ter uma queda de 80% nas vendas. A empresa teve que encontrar estratégias para contornar os prejuízos, como a venda por delivery e no balcão para levar para casa.
Agora, PC está começando a ver um sinal de recuperação. Segundo ele, o movimento já atinge um retorno 60% a 70% da época antes da pandemia. Ele continua cauteloso com o fim da crise, mas vê com otimismo os próximos meses.
“O movimento da cerveja artesanal – não só em Brasília, mas no país, de forma geral – vai aumentar, sem sombra de dúvida. Porque o consumidor está mais atento a tudo e está procurando ter um consumo de maior qualidade”.
O faturamento das cervejarias artesanais caiu de R$ 14 milhões em 2019 para cerca de R$ 2 milhões no ano passado, segundo o presidente da Federação Brasileira das Cervejarias Artesanais (Febracerva), Marco Falcone.
O Anuário da Cerveja, do Ministério da Agricultura, mostra que houve aumento de 14,4% no registro de novas cervejarias no ano passado. Mas, segundo Falcone, nem todos os novos estabelecimentos registrados chegaram a abrir, enquanto outros tiveram que fechar as portas.
“A gente pode dizer que 15% dos fabricantes encerraram as atividades”.
Mas o cenário já está mudando, e para melhor. O setor começa a se aproximar dos números de antes da pandemia, com a retomada de bares e restaurantes na maioria das cidades, como diz o presidente da Febracerva.
“A gente está vendo uma recuperação progressiva, e hoje eu diria que estamos a 90% do que nós estávamos antes de março de 2020”.
O período de festas e férias no final do ano, e também o carnaval de 2022, devem ser momentos valiosos para recuperação do setor e para quem quer matar as saudades de abrir uma garrafa e aproveitar com amigos e familiares.