Com vereadores presos, Osasco vive protestos contra a atual e a … – PlanetaOsasco.com
Na última semana, um grupo de funcionários e ex-servidores da prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, foram para a Câmara Municipal com cartazes para protestar sobre o atraso de rescisões, a demissão de funcionários e o cancelamento das férias pela atual gestão da prefeitura, comandada por Jorge Lapas (PDT), derrotado na eleição deste ano.
Porém, o que encontraram foi um plenário vazio com apenas seis vereadores que não haviam sido presos pela Operação Caça-Fantasmas.
Em paralelo, na próxima sexta-feira, uma outra manifestação foi convocada nas redes sociais, desta vez, contra a corrupção, por conta da ação judicial que levou ao pedido de prisão também do prefeito eleito Rogério Lins (PTN), atualmente foragido.
A denúncia apresentada contra parlamentares de 11 partidos, da base e da oposição, aponta um esquema com funcionários fantasmas desde 2009.
Dos 21 vereadores da Câmara, apenas sete não foram presos (Paulo Talarico/Folhapress)
Com a prisão de um terço da Câmara, a situação indefinida do futuro prefeito e a falta de resposta do atual, os servidores não sabem a quem recorrer.
“Não se sabe o que vai acontecer, só vamos ter um posicionamento em 1º de janeiro quando alguém assumir. E não sabemos se vão pagar. Tem caixa? Ficamos sem um norte”, afirma Antonio Ferreira Moura, 52, que era agente de trânsito, mas foi desligado após a prefeitura acatar uma outra decisão da Justiça.
O Ministério Público questionou a forma com que foi feito um processo seletivo de 82 agentes e apenas 12 efetivos permaneceram. Os funcionários afirmam entender a decisão, mas reclamam que não há previsão sobre os pagamentos dos dias em que trabalharam.
“Mandar embora sem pagar é fácil”, ressalta Moura. “Sem receber rescisão, pagamento, nem nada. O RH não dá satisfação para a gente, fala que não tem previsão, e as contas seguem chegando. Tenho dois filhos para criar, como é que a gente fica?”, completa Renato Fineto, 44, também demitido.
Procurada, a prefeitura não retornou até a publicação deste texto.
O problema atinge também outras áreas da prefeitura e os servidores emitiram uma nota de repúdio. Com a justificativa da crise econômica, a administração determinou o cancelamento de quem tinha férias programadas para o fim de ano, encerrou processos seletivos e ainda há, segundo o sindicato da categoria, atraso no mês de novembro de outros benefícios e em rescisões.
Vista da rua Antonio Agu; moradores articulam protesto contra a corrupção (Paulo Talarico/Folhapress)
“Repudiamos a forma autoritária e antidemocrática das medidas tomadas pelo prefeito, ressaltando o desrespeito aos preceitos fundamentais que regem as leis municipais quanto ao direito dos servidores”, diz nota do Sintrasp (Sindicato dos Trabalhadores em Serviços Públicos de Osasco).
Sem resposta do atual prefeito e com o futuro ainda foragido, as dúvidas seguem.
Na próxima sexta-feira (16), movimentos nas redes sociais articulam o protesto “Chega de Corrupção em Osasco”, em frente a estação Osasco da CPTM.
”Nós cidadãos de Osasco estamos cansados dessa palhaçada! É hora de nos reunirmos e manifestarmos contra toda essa corrupção. Essa 1° Manifestação será um alerta aos vereadores e quem assumir a prefeitura que em 2017 será diferente”, diz o chamado.
Paulo Talarico, 26, é correspondente de Osasco
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