Navio grego suspeito de ter vazado óleo que atinge o Brasil foi abastecido na Venezuela
Um navio tanque de bandeira Grega, com capacidade para transportar mais de 80 mil toneladas de petróleo, é apontado pela Polícia Federal como o responsável pelo vazamento de óleo que atinge o litoral nordestino.
A embarcação atracou no terminal de carregamento de petróleo “San José”, na Venezuela, em 15 de julho. Permaneceu por três dias e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento.
A investigação, coordenada pela Marinha do Brasil, indicou a localização da mancha inicial de petróleo cru em águas internacionais, a aproximadamente 700km da costa brasileira, a leste do estado da Paraíba.
O período indicado como o mais provável do vazamento foi entre os dias 28 e 29 de julho.
O Delegado da Polícia Federal Agostinho Cascardo, um dos responsáveis pela investigação no Rio Grande do Norte, detalhou que 826 imagens de satélite fornecidas voluntariamente por uma empresa privada especializada em georreferenciamento foram utilizadas para se chegar à autoria do vazamento.
“Nós passamos para inteligência da Polícia Federal, que analisou e verificou o estudo. Tendo confiança nesse estudo, a gente passou para a Marinha. A gente já tinha um navio suspeito, mas precisávamos melhorar os dados. E a Marinha confirmou que esse navio era o único que podia ter deixado a mancha de óleo no local visualizado naquele momento”.
Apesar de já saber o local, quando e indícios suficientes de autoria, ainda não é possível identificar as circunstâncias e se o derramamento foi acidental ou intencional.
A PF e a Marinha do Brasil informaram que as investigações continuam.
Nesta sexta-feira, a polícia realizou buscas nas sedes de um representante comercial e de uma consultoria de gerenciamento de risco, no Rio de Janeiro, ligadas à empresa grega no Brasil. Mais de 100 MB de informações foram apreendidos na operação desta sexta-feira.
Além das ações no Brasil, os investigadores solicitaram à Interpol diligências em outros cinco países para a obtenção de mais informações sobre a embarcação, tripulação e empresa responsável.
O Navio apontado como responsável pelo vazamento segue atracado em um porto na África do Sul.