Polícia do Rio investiga atentado à sede da produtora Porta dos Fundos
Quatro homens teriam participado do ataque a bomba na sede da produtora do canal humorístico Porta dos Fundos, na zona sul do Rio de Janeiro, na última terça-feira.
Câmeras obtidas pela Polícia Civil mostram pessoas atirando dois ou três coquetéis molotov contra o prédio. Segundo a Polícia Civil do Estado, que montou uma força tarefa para investigar o caso, dois homens estariam em uma moto e os outros em um veículo.
A Polícia busca identificar os quatro homens e os proprietários dos veículos serão chamados para prestar depoimento. Também não está descartada a presença de outras pessoas na cena do crime.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o subsecretário operacional da Polícia Civil, delegado Fabio Barucke, afirmou que o crime é grave e precisa ser solucionado rapidamente.
Segundo o delgado, nenhuma linha de investigação foi descartada, mas em princípio o caso está sendo tratado como explosão e uma possível tentativa de homicídio.
O delegado responsável pela investigação, Marco Aurélio de Paula Ribeiro, afirmou que ainda não é possível apontar a motivação do crime, mas disse que a polícia apura se o atentado teria relação com o vídeo do especial de Natal do Porta dos Fundos, que retrata Jesus como homossexual.
O delegado também comentou sobre um vídeo que circula na internet no qual suposto grupo integralista assume a autoria do atentado. Segundo Ribeiro, o grupo específico negou a prática do crime, mas nada vai ser descartado na investigação.
Representando o Porta dos Fundos, o ator João Vicente participou de reunião com os delegados na sede da Polícia Civil. Vicente afirmou que confia no trabalho dos agentes e classificou o episódio como um ataque à liberdade de expressão.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comentou nesta quinta-feira (26) o caso, durante agenda no Palácio Guanabara. Witzel disse que determinou rigor no trabalho.
A investigação está a cargo da Delegacia de Polícia de Botafogo e conta com o apoio do Setor de Inteligência e da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.