Rio recebe a partir de amanhã 3º Festival RioMatsuri
Começa amanhã (17), no Rio de Janeiro, o 3º Festival RioMatsuri, considerado o principal ponto de encontro dos amantes da cultura japonesa no Brasil. Este ano, o festival será palco da etapa regional do World Cosplay Summit, maior concurso mundial de cosplays (pessoas que se fantasiam de personagens fictícios da cultura pop japonesa). A dupla que vencer a etapa regional no Rio de Janeiro vai disputar a final nacional no próximo mês de maio, em São Paulo.
O concurso World Cosplay Summit ocorrerá no domingo (19), às 17h. A final mundial será no Japão. As inscrições para o concurso no RioMatsuri se encerram hoje (16) e podem ser feitas pela internet. O evento se estenderá de amanhã (17) até o dia 20, no Riocentro, e destaca ainda os cinco esportes que vão estrear nos Jogos Olímpicos do Japão.
De acordo com os organizadores, os brasileiros conhecem bastante sobre a cultura japonesa, já que a maior comunidade japonesa fora do Japão fica no Brasil. São cerca de 1,8 milhão de nikkeis (japoneses e seus descendentes), dos quais 60 mil vivem no Rio de Janeiro. O público esperado durante o festival alcança 50 mil pessoas.
Festival RioMatsuri terá oficina de origami – Tomaz Silva/Agência Brasil
O evento apresentará a cultura pop japonesa, que inclui o mangá, desenhos animados do Japão que são um sucesso no Brasil. “A gente está trazendo, pela primeira vez no Brasil, o Green Flash e o Black Ranger, heróis de várias gerações de fãs”. Kihachiro Uemura e Walter Jones são os atores que encarnavam os heróis que foram sucesso nos seriados Comando Estelar Flashman e Power Rangers, nas décadas de 1960 e 1970. Os dois participarão do painel Um encontro imperdível entre o Green Flash e o Black Ranger, quando conversarão com o público sobre esse universo de heróis.
Haverá também encontro de dubladores, com Charles Emmanuel e Úrsula Bezerra, que são bastante conhecidos por fãs de animações, cartoons (desenhos humorísticos, animados ou não, de caráter extremamente crítico) e filmes no Brasil. O festival engloba ainda encontros com youtubers (criadores de conteúdo do youtube), cantores de geek (pessoas peculiares ou excêntricas) pop japonês. “Nessa parte, a gente está atraindo público de todas as idades. Têm crianças que começam agora a ver o Pokemon até pessoas mais velhas, que viram lá atrás o Green Flash e o Black Ranger”, disse o porta-voz.
A cultura mais tradicional japonesa também terá vez no festival, com atividades gratuitas. O evento apresentará dois grupos importantes no cenário dos nikkeis brasileiros. Um deles é o Grupo Wakadaiko, da Associação Cultural e Esportiva de Maringá (SP), que, por meio de tambores, preserva a cultura japonesa ancestral com a participação de jovens associados da instituição. O nome Wakadaiko deriva da junção de duas expressões japonesas, a wakai (jovem) e a taiko (tambor). Outra atração é o grupo de dança Saikyou, que une o ritmo Yosakoi Soran com tambores e cantores japoneses premiados internacionalmente.
Várias oficinas gratuitas estarão à disposição das pessoas que queiram conhecer mais das tradições japonesas, como o ikebana (arte especial que significa dar vida às flores e que realiza a representação do céu, terra e homem transmitindo harmonia, equilíbrio, ritmo e beleza); o origami, arte secular japonesa de dobrar o papel que desenvolve a concentração mental, estimula a criatividade e predispõe à calma e à disciplina, sendo usado na educação e na terapia; e o shodô, arte da escrita japonesa que exige concentração, postura correta, determinação e fluidez durante a execução.
Os visitantes poderão também aprender a cuidar do seu bonsai, a árvore miniaturizada a partir de técnica originária do Japão, por meio de métodos específicos que visam manter as características normais de proporção e morfologia.
Visitantes terão oportunidade de aprender como cuidar de bonsai no Festival Rio Matsuri – Tomaz Silva/Agência Brasil
Outra atração sempre procurada no evento é a Cerimônia do Chá (ou Chanoyu), com influências do taoísmo e zen-budismo. Ela consiste em preparar e servir chá verde (matcha, em japonês) a convidados. Os princípios básicos do caminho do chá são harmonia (Wa), respeito (Kei), pureza (Sei) e tranquilidade (Jaku).
O festival deste ano dará atenção especial aos esportes, com foco nas cinco modalidades que vão estrear na Olimpíada de Tóquio, este ano, que são karatê, beisebol, skate, escalada e surfe. “Nós estamos fazendo, no Pavilhão das Artes do Riocentro, um pavilhão olímpico. Lá, a gente tem atividades que vão desde experiências de escalada até uma pista de skate, que foi idealizada pelo Bob Burnquist, que é uma lenda nesse esporte”, disse Fernando Carmona.
Festival Rio Matsuri dará atenção aos esportes que este ano estarão a Olimpíada de Tóquio – Tomaz Silva/Agência Brasil
Na parte de gastronomia, o público aprenderá receitas ensinadas por pessoas da própria comunidade nikkei. “Você aprende uma receita caseira que é passada de gerações a gerações pela raiz japonesa mesmo. É realmente uma receita familiar para passar para o público receitas típicas”, salientou o porta-voz.
A moda não foi esquecida e estará presente no festival por meio da chamada Moda Harajuku, que é um estilo de moda urbana japonesa com influência internacional. “Não há um padrão de moda. As pessoas criam sua própria moda baseada em personagens japoneses. Estamos trazendo uma exposição de roupas e adereços para dentro do evento, além de desfiles e curiosidades para o público”.
Os ingressos para o festival, que dão direito a todas as atividades, podem ser adquiridos no site do evento e custam R$ 35, inteira. No dia do evento, o valor sobe para R$ 40. Será cobrada meia entrada para idosos, menores de 21 anos, pessoas com necessidades especiais, professores da rede municipal de ensino. E quem for ao festival fantasiado do seu personagem favorito também pagará meia entrada. Crianças até 10 anos de idade não pagam.
Edição: Fernando Fraga